Por Túlio Paniago e Keila Okubo*

De vidro

Olhos de vidro

Refletem meus olhos

Sem que estes reflitam

O vidro

Reflexos

Revelam o olhar

De alguém que sou

Mas sempre

Duvido.

 

Espelhos dos olhos

Refletem a cegueira

De tantos olhos

Alheios aos anseios

Do olhar

Espelhos espalham

Reflexos dispersos

De olhares opacos

Despidos de luz

E sob o pudor

De lentes

De vidro.

 

Seus olhos

Refletem os meus

E sobre os seus

Reflito

Autorreflexão

Sob seu olhar

Me desvela em pedaços

Transparentes e frágeis

Que com os olhos

Divido.

 

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