O xeque-mate na modernidade (viva o filósofo Hume) é entender que não existem normas e valores inatos para o ser humano. O jusnaturalismo obviamente enfim entende que é inevitável a existência do direito e da moralidade, os tais sistemas normativos que organizam as sociedades em nome da justiça; e naturalmente, Tio Gualdo, não há sistema fechado em que não contenha dogmas.

Hoje temos dois elementos para entender como agiremos nas decisões como a da sexta vara do trabalho de Cuiabá no mês passado (agosto): a constituição brasileira e a sabedoria que está tudo misturado.

Pelo princípio constitucional elaboramos as leis. Pela sabedoria de que está tudo misturado ativamos a variedade científica para enfim o juiz decidir, concluindo vínculo empregatício: A Uber se fudeu merecidamente, simplesmente por ter uma ótima ideia de mobilidade urbana e achar que com isso poderia exaustivamente explorar a pobreza/necessidade de seres humanos em 2021 no planeta Terra.

Recebi uma chamada.

Um casal falando em inglês. No meu perfil de motorista de aplicativo não assumo que o inglês é uma língua que domino porque entendo só algumas coisas. Dei aquela pescada na conversa.

Moça – (já traduzido) amor, por que você decidiu ser vegano?

Moço – besides loving animals, animal meat is bad for the human body.

Moça – (já traduzido) o que exatamente faz mal pra gente na carne animal?

Moço – meat and milk of animal origin cause inflammation and blood circulation problems.

Moça – How do you know that?

Moço – pesquisa científica sobre alimentação para atletas. Depois dos agrotóxicos, as bactérias boas que saem da terra não resistem e o complexo de vitamina B foi comprometido. É bom a gente complementar.

Ele falou bem alto, quase gritando. Olhei pelo retrovisor nos olhos do descompensado. Por dentro gritei fortemente:

PODER VEGANO. Rever os hábitos e atitudes. Amor não é só dor, é também a sua ausência. Amor é transgressão. É luta.

 

 

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