Por Glauber Lauria*

É triste não ter como escrever sobre o esplendor de igrejas barrocas, é triste sentir a insignificância dos termos arquitetônicos, é triste contemplar, nem sempre de perto bastante, como artífices negros que talvez não saberiam escrever seus nomes, gravaram em madeira e pedra, plástica eternidade, é triste caminhar por descobertas distantes, onde Mário de Andrade e Blaise Cendrars creio, divertiram-se oportunamente, onde talvez Vinicius de Moraes e Elizabeth Bishop beijaram-se ou outrora Cláudio e Gonzaga brindaram-nos em revolta distante.

Continua sempre triste o caminho de pedra, suor escorre sobre os músculos onde? O karma sutil de onde acordas, não vale da antiga lágrima um instante.

Tantas atazanadas almas penavam, que a cada passo, estas condenadas lavras, ainda lavram o sabor de nossos pecados, dando eles tortuosos passos, meneios de cadeiras mulatas, um arfar de sóis, rigor de novo açoite ainda impera, castigo sobre as almas.

 

*Glauber Lauria é poeta mato-grossense e mora no mundo. 
Nascido em 1982, publicou de forma independente o livro Jardim das Rosas em Caos, 
já participou de três antologias em diferentes estados brasileiros e possui poemas 
publicados nos seguintes periódicos Sina, Acre, Fagulha, Grifo, Expresso Araguaia 
e A Semana.

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