Palavras vãs

caem no vazio

da mentira

sinal dos tempos

com suas engenhocas

de última geração

poesia é resistente

morde feito dente

a carne macia

das palavras

o canto fúnebre

dos senhores

que ocupam as salas de conferências

proferem

com suas bocarras de monstros

novas formas de terror

poesia é insistente

resiste

dente a dente

língua a língua

a palavra se re-inventa

coração partido

turbilhão assola cabeça

perdido no tiroteio verbal

insano

sem sentido

as portas se fecharam e não

tenho as chaves

finda a tarde

a noite cai

como tonelada de

obscuridades

e agora?

e agora?

triste triste

a haste da flor

partida

o sorriso rasgado da Monalisa

terra arrasada é paisagem

aos olhos, que nada

o poeta seco

cai

feito folha seca

é outono

em tempos de sombra

caminhar sob a luz

assombra

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