na minha cabeça
um milhão de possibilidades
eu sozinha ando pela praia
você segura minha mão
eu sem saber seu nome
guardo o cheiro na memória
das ruas onde passei
dos lugares, das pessoas, dos sons
das cores, das pedras e árvores
passar e tocar a madeira viva
folhas verdes que se abrem
portais, portais, portais
na minha cabeça
tragédias gregas
quase cômicas
tragicômicas
eu, você, um poema esquecido
dentro da gaveta
lembranças
meias sem par
perdidas entre calcinhas e blusas
você nem sempre foi você
houve um você
antes de você
e a repetição das palavras
meu coração confuso vagueia
perambula pelas notas das músicas
e desce em direção ao sonho de ser
eu já nem sei
pulo de um sonho ao outro
mas sigo deitada na rede
balanço
manu chao canta e me lembra de pessoas
vãs lembranças que me povoam
eu vivo na distância das historias que me contam
faço essas rimas
mantenho o ritmo
me perco nas notas das músicas
meu coração

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Marianna Marimon, 30, escritora antes de ser jornalista, arrisco palavras, poemas, sentidos, busco histórias que não me pertencem para escrever aquilo que me toca, sem acreditar em deuses, persigo a utopia de amar acima de todas as dores. Formada em jornalismo (UFMT) e pós-graduação em Mídia, Informação e Cultura (USP).

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