segunda-feira
um farol
a imensidao
de oceanos
a dureza de rochas

milenios passam
dores correntes
ondas quebram

estou 
como um feiche 
de luz

o som 
em movimento
estrelas dançam

o farol de santa maria
1874
atravessa seculos
guia marujos e afogados
marca o tempo lento

o mar revolto 
beija suas areias 
recheadas de conchas
que guardam segredos

imovel
o farol permanece
espectador da eterna
luta 
entre mares e rochas
que se quebram 
violentamente

pedras esculpidas
em uma ansia das aguas
em tomar o que lhe pertence

me inundo
sou farol
mar
rocha
concha
pedras brancas
e escuras

me inundo em ser
me misturo 
entre cores e sons

escondo a dor
que move 
respiro ar e maresia

sou luz de farol
agua em movimento
e permaneço
Rocha

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Marianna Marimon, 30, escritora antes de ser jornalista, arrisco palavras, poemas, sentidos, busco histórias que não me pertencem para escrever aquilo que me toca, sem acreditar em deuses, persigo a utopia de amar acima de todas as dores. Formada em jornalismo (UFMT) e pós-graduação em Mídia, Informação e Cultura (USP).

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