Pioneira em moda sustentável, só trabalha com matérias-primas ecológicas, Stella McCartney,uma das veganas mais famosas do mundo que apoia Ongs a favor da natureza e dos animais (não usa pele e nem couro em suas coleções), é uma das mais respeitadas estilistas da moda britânica. Mantendo um compromisso ético com a moda, compatível com o consumo consciente (só usa algodão orgânico), vem mostrando que é possível mudar as regras do jogo.

A indústria da moda é a segunda mais poluente do mundo, durante a produção de tecidos como a viscose e o descarte de peças, emite 1,2 bilhões de toneladas de gases poluentes e derruba 150 milhões de árvores por ano. Produzindo resíduos e contaminando o solo, o fast fashion (já citado aqui,por ser mais fácil, mais rápido e mais barato, com maneiras antiquadas de produção) é responsável pela maior parte do impacto ambiental da indústria da moda. “Nós já sabemos sobre as florestas e oceanos, mas também precisamos falar sobre o solo e a agricultura regenerativa. A produção de algodão em massa tem causado enormes danos à biodiversidade do solo”, diz também, “nós realmente não temos muito tempo para mudar as coisas e eu acredito sinceramente que é possível, somente 1% das roupas é reciclado, quer dizer, o que estamos fazendo?”

Diz ainda, “a atmosfera construída pelo homem, e na qual habitamos, está completamente desconectada com o ambiente natural do planeta, é por isso que existe tanto desperdício.”

Stella McCartney tem 47 anos e é filha da fotógrafa e ativista dedicada a divulgar abusos aos animais Linda McCartney, que morreu aos 56 anos, vítima de um câncer de mama, e do ex-Beatle Paul McCartney. Começou na moda aos 15 anos como estagiária do grande Christian Lacroix, depois trabalhou com Tom Ford na Gucci e foi convidada para substituir Karl Lagerfeld na Chloé. Formou-se na faculdade Saint Martins de Londres. Em 2001 criou sua própria grife a Stella McCartney, seu estilo “clean” é marcado pelo minimalismo e alfaiataria, puro, prático e chique, com releituras na produção de suas peças feitas para durarem o máximo possível. Em homenagem à sua mãe criou criou o sutiã “Listening Louise” (Louise era o segundo nome dela), para as mulheres que sofreram mastectomia se sentirem novamente bonitas, atraentes, femininas e confortáveis, disse,”é uma causa tão próxima do meu coração e a razão pela qual eu projetei o sutiã, vem da minha experiência em ver alguém que eu amava passar por uma operação tão traumatizante,uma mastectomia.”

Em 2017, Stella McCartney fez uma parceria com a Parley for the Oceans ( movimento que trabalha pela preservação e limpeza dos oceanos), para usar resíduos plásticos recuperados do mar na fabricação de tênis.

Inovação, criatividade e consciência social são essenciais para promover o luxo sustentável. Corajosa, determinada e fiel ao que acredita, foi a San Francisco para pesquisar tecidos sustentáveis e métodos de produção sustentáveis. A empresa de biotecnologia Bolt Threads com sede em San Francisco nos Estados Unidos, produziu seda de aranha sintética, os cientistas separaram a proteína da fibra e a recriaram a partir de levedura e açúcar.

Para chamar a atenção do segmento têxtil na importância da produção sustentável nos dias de hoje, apresentou, ano passado, um documento (referente aos problemas ambientais globais) na 24ª Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que acontece na Polônia todo ano. “Somos a segunda indústria mais poluente do mundo, então o desafio é bem grande, estou sempre buscando soluções, eu sou apenas uma batalhadora e acredito nesta causa.”

No seu desfile Primavera/Verão 2019, até o convite era sustentável, com a frase “Green is the New Black” (verde é o novo preto) e junto tinha um gibi em quadrinhos contando como ela desenvolveu a coleção: usou uma viscose fluida e sustentável (preserva mais árvores), todo o algodão usado é orgânico (livre de pesticidas e fertilizantes), o couro é vegetariano e o cashmere é reaproveitado das sobras de fibras.

Ela diz, “Eu realmente acho que hoje, como sou a única fazendo, eu preciso continuar, é animador. Eu vejo como um desafio muito legal e com todo design, glamour e luxo, quero que tudo seja orgânico. Na coleção tem muita tecnologia como o processo de tingimento que usa bem menos química.”

Consciente que a vegetação é uma importante fonte de oxigênio para o nosso planeta, ela lançou em fevereiro a campanha There She Grows com o objetivo de salvar o ameaçado ecossistema Leuser na Ilha da Sumatra, Indonésia, convocou por meio de suas redes sociais seus amigos, amigas e todas as pessoas que quiserem para plantarem uma árvore e dedicarem a uma pessoa querida.

 

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