Por Marli Walker

 

imóvel e sereno

o retrato amarelado

(sob o sol de novembro)

jaz na lápide puída

atravessa dias e noites

em solene vantagem

sobre o tempo

do curioso passante

inalterável semblante

o retrato troca olhares

(fortuitos)

com aqueles que

conferem datas

e medem o tempo

(clássica e precisa

medida cronológica)

 

*

+

 

em perpétua mansidão

o retrato sabe mais

 

Marli Walker é poeta, escritora e professora. Doutora em Literatura pela UnB, leciona no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, Campus Cuiabá. É autora dos livros de poemas “Pó de serra” (2006/2017), “Águas de encantação” (2009), “Apesar do amor” (2016), selecionado pelo MEC para constar no PNLD e pela prefeitura de São Paulo e “Jardim de ossos (2020), no prelo, premiado pelo edital Estevão de Mendonça de Literatura e do romance “Coração Madeira” (2020).

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