“Beleza e feiura são uma miragem. Todos acabam vendo como somos por dentro.” Frida Kahlo.

A pintora mexicana Frida Kahlo inspirou e influenciou o mundo da moda com sua pintura e seu vestuário tipicamente mexicano.

Dona de uma personalidade forte e excêntrica no jeito de se vestir, chamava atenção por onde passava com suas jóias (grandes anéis em todos os dedos), penteados/tranças/laços/flores, lenços, blusas/túnicas tecidas artesanalmente, saias (longas e floridas), xales (para mostrar a solidariedade com os trabalhadores de sua terra), vestidos volumosos (estampados e coloridos), roupas de homem (quando era criança usava as roupas do pai), tinha uma perna atrofiada devido à poliomielite contraída na infância. Aos 18 anos sofreu um grave acidente no trânsito onde um tubo de metal atravessou seu tronco obrigando-a a passar por várias cirurgias, o que a fez usar um colete de gesso embaixo das blusas e gostava de pintá-lo com seus desenhos.

Era amiga de Pablo Picasso, André Breton,  Leon Trótsky e do poeta Pablo Neruda.

A sua imagem e influência é um legado para a cultura contemporânea. Já foi homenageada com releituras do que ela pintava e vestia em coleções de Jean Paul Galtier, Christian Lacroix. Dolce e Gabanna, Alexander McQueen, entre outros. Foi uma fonte de inspiração, um “tesouro artístico” na música (Coldplay, Madonna, Lana del Rey), no teatro e no cinema.

Fazendo da moda a “arte de ser”, escreveu a frase “As aparências enganam” em um de seus desenhos,  onde representa a si mesma nua com borboletas estampadas em uma perna e um corpete pintado sob um amplo vestido tehuana (peça feminina de Tehuantepec, no sul do México, terra natal de sua mãe. As mulheres da família Kahlo se vestiam assim, o que revela a vontade de Frida de conservar um legado e um forte sentido de identidade.

Quando teve a perna amputada, ela pintou uma bota vermelha com delicados desenhos/motivos chineses na prótese. E escreveu em uma de suas pinturas “Para que quero pés se tenho asas para voar”, mostrando seu poder de transformar dor em arte.

Disse Hilda Trujillo (diretora do Museu Frida Kahlo) “o estilo de Frida era eclético. Gostava de combinar cores, texturas e origens das peças, segundo seu estado de espírito.”

Casada com Diego Rivera (tiveram uma relação amorosa conturbada e impulsiva, já que era bissexual assumida), foram considerados os maiores pintores mexicanos do século XX.

Nasceu em 1907 e morreu aos 47 anos (1954). O que imortalizou Frida Kahlo não foi apenas o seu trabalho, mas a sua vida, a sua personalidade, a sua luta contra a opressão. E a sua moda, que com uma grande força atravessou o novo século transformando-a em eterna ícone e inspiradora fashion.

O livro da jornalista espanhola Suzana Martinez Vidal: Frida Kahlo: Fashion as the art of being (Assoulin), nos faz compreender mais a sua influência e fascínio espontâneo até hoje, após 60 anos de sua morte.

Hasta luego!

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Glenda Balbino Ferreira é pianista, publicitária, curso de moda incompleto, empresária dona da camisetaria VISHI e mãe de Theo Charbel, 55 anos.

Comentário

  1. muito massa essa matéria, parabens! interessante como a Frida tem mais importância na atitude do que o seu trabalho mesmo…aparece muito mais que o trabalho, ela é um clássico o trabalho dela nem tanto…

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