Com Assessoria

Fala-se muito em mudança, no comportamento pós pandemia. E não é para menos. Elas são muito significativas. Mas dá para observar uma coisa curiosa, parece-me que já estávamos nos preparando para tudo isso de alguma forma, por exemplo, com o desenvolvimento de novas tecnologias que permitem a interação humana em outra geografia. O mundo virtual abriu novas janelas de interação e difusão de nossas expressões, sejam visuais, sonoras e até táteis, o que nos salva nesse momento de isolamento do corpo físico. Mas, muitas atividades não são compatíveis com isso e exigem a presença do corpo, da ação direta dos humanos. Aí é outra história. Vou me ater aqui a essa perspectiva de interação através da tecnologia digital que nos coloca em outro estágio da história humana. E a cultura passou a ser mais notada, a arte, a música, o cinema, as artes visuais em geral, de alguma maneira passaram a ser mais valorizadas. Não dá para imaginar um mundo sem a arte. Sem a música, sem o cinema, simplesmente não dá.

João Reis

O cantor, compositor e produtor cultural cuiabano, João Reis, que contribuiu com a sua arte durante o isolamento social, sem dinheiro e sem trabalho, teve que se reinventar e criou uma campanha de financiamento coletivo para conseguir apresentar o seu novo projeto: “Hábito”. Um álbum virtual que será financiado pela plataforma Catarse, cuja meta é arrecadar R$ 30 mil na campanha “Tudo ou nada”, onde a contribuição vale desde um caderninho com as letras das músicas, aulas de violão, acesso ao álbum virtual, à sarau e show exclusivo.

A ideia é mais que uma vaquinha virtual. João Reis convida o público apoiador do projeto a descobrir uma experiência artística com a cara do novo normal, onde há uma troca de arte e boa música, apresentando sete músicas, em sete cômodos, do álbum Hábito, como recompensa pela contribuição.

No final do ano de 2019, o “cantautor” (que é o compositor que canta as próprias músicas), como se define João Reis, lançou o single “Uma quase”. Um show lindo no Cine Teatro Cuiabá, com a casa lotada, gente feliz, se abraçando, e estava tudo pronto para 2020. Um plano traçado e estava tudo certo, mas aí, todos sabem o que aconteceu: veio a pandemia e tudo parou!

Os estúdios e as casas de show tiveram que fechar e como lidar com isso, como se faz música no meio disso tudo? Todos tiveram que se cuidar de uma forma nova e para quem pôde ficar em casa, cada canto do lar ganhou um novo significado.

“Esses pensamentos me sondaram e me assombraram durante dias, semanas até. Aí veio a necessidade e a vontade de expressar. E daí veio uma conversa curiosa com um produtor incrível, muito sensível lá de São Paulo, o Raul Misturada. E pronto, a gente plantou a ideia”, conta João.

Raul Misturada, produtor e músico

Para Misturada, o disco de João fala muito sobre o compromisso de um artista com a sua verdade e sobre o fazer, o realizar.

“A gente fez esse disco no meio da pandemia. Um disco que o João fez na casa dele, que ele se auto gravou e assumiu as limitações disso: com equipamentos simples, energia elétrica precária, muito barulho e ruído que pode interferir no som e em detalhes, que para a gente, produtor e músico, são muito importantes. Trabalhar onde a gente quer o silêncio e não existe, nessas limitações todas, é um ato de coragem”, ressalta Misturada.

O artista também teve que ter coragem para desapegar de quase todos os seus equipamentos musicais para investir neste álbum, ficando apenas com o primeiro violão que João ganhou dos amigos, o essencial para realizar o trabalho.

A gravação foi remota, dirigida por Raul Misturada e, no final, as vozes foram captadas e masterizadas em estúdio pelo engenheiro de áudio, Wel Ribeiro.

“Eu quero convidar você a fazer parte de uma jornada em 2021, uma vez que o projeto for financiado, você vai participar de uma experiência de sete meses. E o que é isso? Até novembro desse ano será lançada uma música por mês, focando na essência daquela canção e o seu cômodo”, convida João Reis.

Ana Rafaela e João Reis, parceiros sempre

Todas as faixas serão compiladas em um álbum digital e entregues a todos os apoiadores desta campanha de financiamento coletivo pelo Catarse.

TUDO OU NADA

O financiamento foi lançado no último dia 02 de fevereiro com meta de arrecadar R$ 30 mil, em 30 dias (até o dia 06 de março), e no segundo dia conseguiu pouco mais de R$ 8 mil.

Para colaborar é muito fácil. Basta se cadastrar no site do Catarse, no link www.catarse.me/habito, selecionar uma das recompensas na página da campanha e contribuir. Os valores variam entre R$ 10, R$ 50, R$ 100, R$ 200, R$ 500, R$ 1 mil, R$ 2 mil ou mais, sendo alguns limitados.

 

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