House Number 1: Uma viagem pela sonoridade de Theo Charbel

As memórias das paisagens vistas e das estradas percorridas ficam armazenadas no celular. Esse pequeno aparelho que cabe na palma da mão guarda infinitas possibilidades para as lembranças e o que se cria a partir delas. Em suas turnês pelo Brasil, Uruguai e Argentina, Theo Charbel captou momentos, fragmentos, e perspectivas, que agora compõem as imagens do seu novo videoclipe House Number 1. Os registros visuais convidam para uma viagem pela sonoridade da artista, que se aventurava pelo indie rock, e nessa nova proposta, explora a música eletrônica.

Ao embarcar nesse movimento, passamos por terra, ar e água, enquanto somos guiados pela música envolvente e que invoca a nostalgia do percurso da vida. Theo conta que baixou o aplicativo GarageBand após conversar com uma aluna e descobrir que o artista Steve Lacey havia gravado um álbum inteiro usando o mesmo aplicativo.

A artista e produtora musical Theo Charbel – Foto Igor Gustavo Toledo

“Normalmente produzo músicas em home studio e tocando todos os instrumentos das faixas, mas fiquei curiosa com a facilidade que esse novo processo poderia proporcionar e deixar a gravação mais leve/divertida. Comecei com um beat bem simples, alguns pads de sintetizadores e logo pensei que seria legal encaixar uma linha de baixo marcante. Depois do instrumental completo imaginei que uma voz bem anos 80 por cima combinaria com a vibe. Duran Duran foi uma referência para a métrica e reverberação da letra”, compartilha.

Sobre a experimentação com o celular para produzir House Number 1, Theo destaca que foi um processo totalmente diferente, levado mais pela intuição do que pela técnica. “A praticidade de se criar no celular acaba trazendo uma leveza e descontração para esse momento de criação, foi realmente tudo muito divertido e experimental.”

Theo Charbel – Foto Rodrigo Gianesi

“Sempre quis fazer um som dançante e que imagino meus amigos dançando, ou que servisse como uma boa trilha sonora de estrada. Gosto de bandas como o Gorillaz que flertam com o Rock, Pop, Eletro Disco, Hip Hop e estão sempre fazendo colaborações. Também acho legal olhar para a discografia de artistas como PJ Harvey ou Radiohead que já tiveram sua fase mais voltada para o eletrônico e trazem uma multiplicidade de gêneros musicais a cada álbum produzido. Pensando nisso não gosto de afirmar que esse single é uma nova fase definitiva na minha carreira e sim uma experimentação que condiz com as minhas linhas criativas de agora”.

Esse retorno ao universo dos beats, samples e camadas de teclas, acontece em setembro deste ano, quando Theo Charbel recebeu o convite para fazer o remix da música Retrato Infinito da artista Papisa.

Theo Charbel – Foto Laura Wrona

Já a ideia do videoclipe, ela explica que carrega esse desejo há um tempo: “A vontade de produzir um clipe de estrada existe desde a primeira vez que assisti Star Guitar do Chemical Brothers e nos últimos 2 anos fiz muitas turnês com as bandas que toco (Papisa, Gali Galó, Ema Stoned), o que acabou rendendo várias paisagens, conversas, playlists e brisas. O video final é um convite para fazermos essa viagem juntes, explorando o Brasil, Uruguai e Argentina através desses arquivos pessoais”, diz.

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Marianna Marimon, 30, escritora antes de ser jornalista, arrisco palavras, poemas, sentidos, busco histórias que não me pertencem para escrever aquilo que me toca, sem acreditar em deuses, persigo a utopia de amar acima de todas as dores. Formada em jornalismo (UFMT) e pós-graduação em Mídia, Informação e Cultura (USP).

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