“Querida mulher africana, não importa onde estejas, não importa com quem pareças, não importa como te vês, és um presente especial para o mundo” – Brenda Dokmah (poeta africana).

Para onde está indo a indústria da moda? Durante e pós-pandemia?

Na vanguarda das mudanças dos desfiles de moda atuais, a congolesa de 28 anos, Anifa Mvuenda designer da marca contemporânea HANIFA, apresentou sua nova coleção em um desfile totalmente digital. Com uma apresentação em 3D, substituiu as modelos reais e estreou pela primeira vez no mundo da moda, modelos 3D. Mostrou no Instagram, dia 22 de maio de 2020, sua coleção de uma forma inovadora e segura, sem platéia, pioneiramente reajustando culturalmente a indústria dos desfiles de moda, já que as grandes semanas de moda do mundo estão sendo canceladas.

Lançada em 2012, a marca oferece um design feminino, vibrante e estruturado, feito para mulheres de todos os tamanhos. Dedicada a criar cada vez mais espaço para as mulheres negras, seu estilo revolucionário e por meio da tecnologia traz uma marca “sedutora, abstrata e inclusiva”. Diz, “criamos para mulheres sem limitações, descobri que o mundo 3D me deu um lugar para inovar. Certas barreiras precisam ser quebradas e espero fazer parte dessa mudança. Mulheres negras podem resistir a qualquer tempestade. Ser multidimensional torna cada um de nós especial, e não precisamos caber em uma caixa de ser preto. O preto é bonito, mas ser quem você é, é surpreendente”.

Cita a mãe como fonte de inspiração, “desde pequena sempre soube que queria estar na moda. Eu cresci vendo como minha mãe estava fascinada com grandes marcas e tudo o que é moda. Seu estilo sofisticado sem esforço (aqui, lembrei-me da minha mãe Darcy, te amo mãe), realmente inspirou minha paixão pela moda”.

Essa coleção representa mulheres com personalidade, curvilíneas e conscientiza sobre a beleza e os desafios presentes no Congo, como a mineração ilegal.

O coração da África – Crivada de uma história dolorosa, a beleza do Congo é muitas vezes inexplorada e negligenciada. A gentileza, beleza, história, equilíbrio, majestade, força, poder e esperança do espírito congolês inspiraram essa coleção. “Ao criar cada peça, lembrei-me das histórias que minha mãe me contou sobre as mulheres que conhecia no Congo. As mulheres que sofreram grandes perdas, mas ainda assim, reuniram todas as forças todos os dias para aparecer. Minha esperança é que essa coleção inspire todas as mulheres a permanecerem altas em seu poder e, como a República Democrática do Congo, a usar sua história, seja ela bonita ou dolorosa – para redesenhar seu futuro. Meu país, a terra do Congo, está madura com uma abundância de recursos naturais – o maior dos quais é seu povo – suas mulheres”.

E a nossa humanidade está começando a ser substituída pela tecnologia… Será que esses tempos tão difíceis que estamos vivendo, de isolamento social, são prenúncios de que não mais teremos a energia do contato físico trocado, o calor de um corpo, com a beleza humana sendo projetada por imagens sem almas, sem sonhos? Meu coração já foi atingido… mas ainda vibra e se emociona…. e o seu?

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Glenda Balbino Ferreira é pianista, publicitária, curso de moda incompleto, empresária dona da camisetaria VISHI e mãe de Theo Charbel, 55 anos.

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