Às vezes as coisas parecem poucas, ou melhor, nem tudo que parece pouco, o é. Pode ser assim também: nem sempre o mínimo tem o poder mínimo, vide uma gota de perfume ou de veneno. Tudo que fazemos tem seu propósito, mesmo que nunca venhamos a saber o que isso pode ser. As coisas são o que são. Nada foge disso. Nem o Diabo da Cruz. Entre cruzadas e versos cruzados vou tecendo a malha que há de enredar seus afazeres e fazeres. Melhor soltar a ponta do fio e deixar a rede mesmo se enredar, criar pontos e nós para enredar. Criar a rede é mais importante que controlar a rede. Unir os pontos e deixar rolar. Como pedras no caminho rolando sem parar. Somos pedras ou somos caminhos? Por quais caminhos enveredar?

Começo assim meu domingo que parecia insosso, daí acho um osso para brincar. Vamos brindar as forças que movimentam. Vamos brindar aquilo que nem mesmo sabemos onde vai dar. Brindemos a louca amanhã de vento seco que faz a pele estalar. Ressequidas manhãs de intensas ressacas. Eis que, acordo com um Prêmio Pixé na cabeça. Eis que me assola um email do Eduardo Mahon, contando as boas novas. Ele e o Ramon Tanta Tinta a pincelar histórias Carlinis e Caniattos. Eis que a literatura amplia aos poucos os canais de convergências e graças aos deuses e deusas de divergências.

Salve salve verbo louco que me faz não calar.

Pode a literatura se popularizar? Parece que sim, os Slams estão aí pra provar desse gosto. A liberdade é experimental, já disse o poeta visual wladipino. De sol e sóis a pino já disse o poeta Glauber de Lauria. Mas a força da poesia oral pipoca nas ruas do país e fazem um estrago na boa consciência burguesa e suas academias de papel. Tchá por Deus, não quero tomar tchã no seu temp(l)o. Tchá por deusas que posso dizer isso. Estou aqui acabrunhado chocado de prosa com Anna e refletindo sobre os escuros do tempo que vivemos. Cortar a luz do saber é escolher o caminho das trevas na UFMT, trevosos templos que erigem religiões e religações em nome dos dízimos e periódicos. Falar em periódico:

Tem o periódico de literatura digital: Pixé. Aqora lançam um concurso literário. Mas esqueçam do Drummond quando aconselha os jovens poetas: nunca participe de concursos literários pois você não gostaria de ser julgado por aqueles que você acha que não sabem nada de literatura!

É isso?

Fica a dúvida.

Fica o link do concurso.

Fica a (não) dica.

Edital – Prêmio Pixé de Literatura

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