Marie-Claude Pietragalla é uma figura icônica e aclamada da dança francesa. Em 1973, aos 9 anos começou a estudar na Paris Opera Ballet School e em 1979 já foi contratada para ser bailarina dessa mesma escola. Hoje, aos 59 anos, tem um renomado currículo na história da dança mundial, realizou as maiores coreografias contemporâneas e trabalhou com os coreógrafos contemporâneos mais lendários do mundo, como: Rudolf Nureyev, Maurice Béjart, Jerome Robbins, etc,etc… também dançou todos os papéis principais do repertório de balé clássico.

Em 2005, fundou com o coreógrafo Julien Derouault a companhia de dança Théâtre du Corps, e juntos coreografaram várias obras, inclusive essa que hoje quero lhes apresentar: A tentação de Eva.

Esse espetáculo me hipnotizou. Por que? Em sua performance solo, Marie-Claude  Pietragalla faz uma retrospectiva magnífica e cheia de emoções incandescentes (um suspiro poético, íntimo e universal), sua dança irradia e estimula os sentidos (perdidos?), onde através do seu corpo experimenta um afresco avassalador da história das mulheres através dos séculos.

Um solo híbrido (dança, teatro e objetos) que evolui para diferentes mundos, do drama à comédia, ligando a mulher a um caminho simbólico/poético (que não deixa de ser uma evocação realista) às origens do mundo, onde retoma e incorpora mitos e forças que manipulam o universo feminino através da sua fantástica sensibilidade.

Diz: “nessa performance, desejo restabelecer esse rico diálogo centenário e fazer uma homenagem a mulheres anônimas e famosas que fizeram história. A mulher questiona e conduz seu destino. Ela aumenta a voz, transformando-se e reinventando-se todos os dias.”

Esse é um trailler do espetáculo de uma hora e meia de duração. Super indico! Vale muito assistir todo ele!

“Sei poucas coisas sei que ler é uma coreografia
que encontrar-se é distrair-se
sei que primeiro se ama um nome sei que o que se ama no amor é o nome do amor
sei poucas coisas esqueço rápido as coisas que sei
que esquecer é musical
sei que o que aprendi do mar não foi o mar
que só a morte ensina o que ela ensina
sei que é um mundo de medo de vizinhança de sono de animais de medo
sei que as forças do convívio sobrevivem no tempo apagando-se porém
sei que a resistência resiste
que esperar é violento
sei que a intimidade é o nome que se dá a uma infinita distância
sei poucas coisas” – Ana Martins Marques

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Glenda Balbino Ferreira é pianista, publicitária, curso de moda incompleto, empresária dona da camisetaria VISHI e mãe de Theo Charbel, 55 anos.

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