Tinha gente da literatura, gente do teatro, da música, do cinema, do rock, do samba, do rap,  artista, professor, maquiador, maquinista, tinha de tudo. A Casa Cuiabana no evento SHOWDRÉ reviveu e viveu momentos de uma potência avassaladora. Estamos vivos, parece ser o recado de uma mistura de artistas de várias gerações no mesmo ambiente, mesmo palco, na mesma frequência, de resistência cultural, de avanços nas linguagens, na frutificação do novo e do velho em refinada sintonia, conjugando tempos e terminologias diversificadas, mas no fim todos se encontrando no mesmo lugar das potências possíveis e impossíveis. É possível sonhar e reaquecer corações e mentes. Aquecer o verbo a nota musical a performance o espírito dos livres e benditos malditos que tangenciam o centro e comem pelas beiradas.

Sim foi um grande banquete, farto de poesia, de música, de teatro, de celebrações. Os corpos eram corpos de corajosos navegantes, de pessoas comprometidas com o avanço firme para novas direções. É possível sim, ser anárquicos, bem humorados e criativos nesse grande deserto que assola esse pedaço de terra. O inferno mora ao lado e não devemos deixar as tentações em vão, vamos atentar mais ainda. Botar fogo nessa quentura cuiabana só depende de nós, mexer os corpos, dançar e sapatear para amassar a nossa tristeza, como bem diz o poeta Antônio Sodré. Aliás, um vendaval sodreliano assolou o ambiente. Fotos, exposição de poemas, performances caximirianas, encontro de anônimos e velhos conhecidos recitando poemas do velho amigo bardo e o bando Caximir mostrando que existe vida e boa arte por essas plagas. Não estamos mortos, não estamos parados, apenas talvez em estado de hibernação esperando a poeira cósmica passar pelos nossos sonhos e fazer acordar. Cuiabá cresce exponencialmente, independente dos poderes, o que importa de verdade são os nossos poderes de humanos insaciáveis, prontos para devorar as deficiências e ineficiências das burocracias que teimam em ignorar os apelos dos hermanos criativos. Existe criatividade e disposição dos artistas da terrinha, existe o poder de uma linguagem que dialoga com o universal aqui das beiradas das barrancas do rio Cuiabá. Vamos embarcar nessa viagem e saborear esses banquetes que podemos preparar para o deleite dos melhores paladares.

Fotos José Medeiros

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