Nessa semana, voltamos a selecionar filmes com protagonismo negro e apresentamos grandes nomes do cinema internacional. São filmes que fazem parte de um importante referencial para a questão da negritude. O Cidadã(o) Cultura assume o compromisso de contribuir com a descolonização do olhar coletivo, e, em parceria com a diretora de arte Michelly Thomaz, traz o cinema negro para dentro das nossas casas.

A curadoria desse material foi realizada pela diretora de arte Michelly Thomaz.

 

Os Panteras Negras: A Vanguarda da Revolução (2015)

Stanley Nelson

O documentário de Stanley Nelson conta a história do nascimento do grupo político Panteras Negras, que surgiu na década de 60 na Califórnia levantando controvérsias para o debate sobre o racismo. O filme gira em torno de diversas pessoas que participaram, de forma direta ou indireta, do movimento, incluindo vozes e olhares de seguidores e de outrxs que já não seguem mais.

 

Queen & Slim (2019) | Melina Matsoukas

Melina Matsoukas retrata nesse longa-metragem a história do primeiro encontro de um casal negro, Queen e Slim, que após serem detidos por uma pequena infração de trânsito acabam assassinando o policial em legítima defesa. O fato ocasiona em uma fuga aterrorizante, tornando os dois protagonistas em um símbolo de terror para o país. O que vemos aqui é a cena que se repete diariamente na realidade, a perseguição dos policiais em cima das vidas negras.

 

13ª Emenda (2016) | Ava DuVernay

Nesse doc, a cineasta negra Ava DuVernay retrata a discussão da 13ª emenda à Constituição dos Estados Unidos a qual decorreu em um impacto pesado na vida das pessoas negras do país. A questão é a forma como Ava coloca o debate, mostrando que o racismo nos EUA não se dá apenas com eventualidades, mas sim um projeto implantado pelas classes dominantes de forma voluntária.

 

Little Brown Boy (2003) | Barry Jenkins

O curta-metragem do diretor de “Moonlight”, Barry Jenkins, conta a história pesada e sombria de um garoto negro acusado de assassinato. Mas a trama não envolve o julgamento em si, e sim o medo preto e branco de um jovem protagonista que não consegue lidar com o a violência que cerca a sua vida.

 

Black Panthers (1968) – Agnès Varda

O documentário de 30 minutos realizado pela cineasta francesa Agnès Varda, traz a visão da sua narrativa de dentro de uma das reuniões dos Panteras Negras em Oakland (EUA). Nesse dia, o grupo político estava exigindo que o governo americano libertasse o co-fundador do partido, Huey Newton, que estava em julgamento, acusado de assassinar um policial. O filme ainda revela uma entrevista que a cineasta realizou com o próprio Newton de dentro da prisão.

 

A Fall From Grace (2020) | Tyler Perry

O primeiro filme lançado pelo diretor Tyler Perry na plataforma Netflix é um suspense  carregado do drama de uma mulher negra que, após um casamento traumático com seu ex-marido, se envolve em um novo amor que percorre caminhos perigosos, trazendo à tona segredos que revelam o lado violento de sua vulnerabilidade.

 

Destacamento Blood | Spike Lee

Nesse longa, Spike Lee conta a história de um grupo de veteranos negros da Guerra do Vietnã que voltam até lá pra encontrar os restos mortais de seu comandante, mas a trama vai muito além disso, o diretor traz um filme carregado de provocações acerca do racismo estrutural revelando as entranhas de um sistema que faz questão de corromper a humanidade e suas ideias.

 

Despertar de um sonho (1971) | Christa Gottmann-Elter

O curta-metragem documental da diretora alemã traz como protagonista a escritora Carolina Maria de Jesus (brasileira), e revela a realidade da vida de miséria na favela do Canindé, em São Paulo. Na época, o filme foi proibido de ser lançado no Brasil e apenas em 2014, 43 anos depois, ganhou sua exibição pelo Instituto Moreira Salles no centenário de nascimento da escritora Carolina.

 

O Cidadã(o) Cultura agradece a colaboração de Michelly Thomaz, que atua como coordenadora, produtora e diretora de arte em cinema. Nasceu em Cuiabá/MT e foi radicada na cidade do Rio de Janeiro por 15 anos, hoje transita entre o eixo Rio e São Paulo. Começou sua carreira como atriz e nas artes visuais e audiovisual desenvolveu seu oficio como produtora. Participou de dezenas de exposições, editoriais, campanhas publicitárias e longas-metragens premiados.

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