O que é a vida sem arte? Ela, que é consumida por tantas pessoas, é alimento para quem produz! Quem respira e vive de arte não tem outra escolha, senão ser e interpretar expressões artísticas. O Roteiro dessa semana traz um compilado de performances e tem, nessa edição, como colaboradoras Marianna Marimon e Michelly Thomaz.

 

Merci beaucoup, blanco! | Michelle Mattiuzzi

“A expressão “merci beaucoup, blanc!” tem origem latina e, na França, é usada para designar gratidão. Ao adicionar a “blanc” (que significa branco em francês) a letra “o”, a palavra se aproxima do português “branco”. Na obra, a artista pinta o próprio corpo negro com tinta branca, propondo uma reflexão sobre a linguagem como ferramenta de propagação do racismo. Movendo-se entre a fotografia, o cinema e a ação ao vivo, Mattiuzzi elabora uma estratégia poética de afirmação das lutas políticas na vida cotidiana de comunidades racializadas.” 

Vale assistir essa entrevista com a artista!

 

Maiêutica | Raquel Mützenberg

“Partejar de ideias. Ideias que compõem um corpo-matéria que se dobra, desdobra e se faz em dobras, atualiza e condensa as fisicalidades e a plasticidade de seres em cena. O corpo é recurso material e plástico, que se deixa dividir ou multiplicar pelas subjetividades femininas: a capacidade de renascer de si mesma.”

Ficha técnica: Performance e boneco: Raquel Mützenberg // Vídeo: Carol Marimon // Edição: Marcelo Sant’Anna // Trilha sonora: André Gorayeb e Raquel Mützenberg // Assistência: Millena Machado

“Performance “Bombril”: nesse trabalho, Priscila Rezende usa seus próprios cabelos para esfregar objetos metálicos para questionar a inferiorização que o negro é submetido devido a sua estética. “Bombril” foi apresentada pela primeira vez em 2010 e para essa versão, além da própria Priscila, contou com a participação de Jaqueline Loureiro, de Elaine Vieira, de Charlene Bicalho e deTatiana Rosa. A performance teve início no Mucane, de lá, as participantes seguiram até o Museu de Arte do Espírito Santo – Dionísio Del Santo (Maes) onde aconteceu a apresentação.”

A Babá Quer Passear | Flávia Cavalcanti

“‘A Babá Quer Passear’ me surgiu em um sonho. Sonhei que era uma babá e estava dentro de um carrinho de bebê gigante e cor-de-rosa. Essa imagem reverberou em mim por dias, decidi então reproduzir esse sonho com o intuito de provocar a discussão sobre a invisibilidade da empregada doméstica no Brasil – afinal, a cena se repete quase que diariamente: mulheres negras periféricas em situação de vulnerabilidade social/econômica atuantes no trabalho doméstico. E se invertêssemos os papéis? E se agora a babá quisesse passear, dar uma volta, se distrair, ser cuidada? A intervenção começa, o carrinho é estacionado, suas proporções e cor criam uma atmosfera lúdica, e o convite aos transeuntes é feito através de um balão branco pregado ao carrinho com os dizeres: ‘A Babá Quer Passear’. Este trabalho é uma crítica contundente às condições das empregadas domésticas no Brasil. Tem o objetivo de provocar a reflexão acerca do trabalho doméstico e todas as subjetividades que o envolve. Pensar bem-estar, autoestima e poder de escolha na contemporaneidade.”

CEGOS | Desvio Coletivo

“CEGOS é uma intervenção urbana cuja proposta visual é criticar a condição massacrante característica do trabalho corporativo iconizado nos trajes sociais que homens e mulheres das grandes metrópoles utilizam como armadura cotidiana.  O trabalho é realizado a partir de um workshop, convidando participantes na cidade onde será apresentado, oportunidade em que o coro performativo se forma e a performance ganha vida. Participou do Programa Palco Giratório do Sesc, circulando por quase todas as capitais de Estados brasileiros, além de ter sido contemplado pelo edital da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da Universidade de São Paulo, dentro do projeto ‘Cidades em Performance’, realizando apresentações em Paris, Amsterdam, Barcelona, Ilha da Madeira e Nova York.”

Resí(duo) | Spectrolab

“A performance ‘Resí(duo)’ surge quando Millena e Douglas, artistas do Coletivo SPECTROLAB, se encontraram no desejo de trazer, a partir da pesquisa de materiais residuais (lixo) – mais especificamente o PLÁSTICO, indagações a respeito da maneira com que esse material é tratado. No intuito de colocar esse material e seu ciclo de vida como protagonistas do tema o coletivo traz a importância do trajeto do plástico em meio urbano –  que percorre os corpos hídricos a partir do descarte não consciente, por meio de um trabalho artístico rico em impactos visuais. O objetivo é de enfatizar a problemática da produção/descarte de resíduos plásticos na nossa cidade, e como cada um de nós, a partir da nossa perspectiva, podemos alterar essa realidade através da reciclagem/reutilização de resíduos.”
Filmagem e edição: Marcelo Sant’Anna // Performance: Douglas Peron e Millena Machado

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