Por Rodrigo Brito*

Este ano têm sido triste para a cultura de Mato Grosso. 2018 nos levou Wlademir Dias-Pino, Santiago Villela Marques, Magna Domingos e hoje recebemos a notícia do falecimento de Djalma Barros, ícone do Rock’n’roll em Rondonópolis.

Djalma nasceu em 13 de outubro de 1958 e era líder da banda Espírito das Máquinas. Suas músicas impressionavam pelo agito e letras potentes. O “bruxo” deixará uma lacuna na cena musical de Rondonópolis, porém será sempre lembrado nos shows de Rock/Metal na cidade e região.

Músicos e produtores homenagearam Djalma nos relatos abaixo:

“Um sujeito que fez do rock sua expressão artística e estilo de vida sempre atuando ativamente no cenário underground de maneira muito simples e sincera. Como produtor tive a honra e o privilégio de poder trabalhar com esse cara no palco. Produzi diversos shows com Djalma seja ele solo, seja com suas bandas e posso dizer que é uma perda imensa para a música mato-grossense, um cara genial, de uma criatividade impar e uma sabedoria sem precedentes.”

Vicente de Albuquerque – Vendetta Produções

“Djalma Barros com certeza é um dos caras mais importante para a nossa geração, dizer que é uma perda para a Cena Rock do Mato Grosso é pouco, a sua importância para a música e a cultura local é muito grande! Me lembro que nos anos 80 fomos tocar em Rondonópolis , nessa época éramos adolescentes, e lá estava Djalma e sua banda Caverna das Bruxas, para nós da Blokeio Mental foi fantástico conhece-lo e poder ter contato com aquele cara que já nessa época tinha muita qualidade musical, e um ser-humano ímpar, nos acolheu , uma banda punk crua suja, como se naquele momento não havia diferenças musicais, sempre teve respeito pelas diversas vertentes musicais e tratava todos com respeito! Alguns anos se passaram e tive a oportunidade de trazer a banda dele para tocar no Festival Abalo Sísmico, onde o público Cuiabano pode ser agraciado com seu talento! Meu Último contato com ele foi a cerca de alguns anos atrás em Rondonópolis , quando tocamos em um evento promovido pelo Vicente Maranhão, e lá estava ele com sua simpatia prestigiando a Malevah!  Se toda a cena musical existe um ícone, com certeza o Djalma Barros é o nosso eterno Bruxo do rock ‘n Roll!”.

 Corvo (Helcio Luis) das bandas Malevah e Blokeio Mental.

“Ensaiei com a banda Ilveck – em 2008 mais ou menos, na casa dele. Ele sempre propiciou bons espaços a nós, sempre procurou difundir a disseminação da cultura. Pessoa agradável e sempre com um abraço acolhedor.”

Leocadia Saes, vocalista da Eddie Force One.

“Quando comecei a tocar nas primeiras bandinhas ainda na adolescência, ia ensaiar na casa do velho Dja!! Na época eu usava um cabelo punk e ele me apelidou carinhosamente de “Gabriel punk” de lá pra cá só lembranças boas desse grande mestre que vai ficar pra sempre na minha memória com seus ensinamentos e pela figura representativa que foi aqui em Rondonópolis e em toda região! Grande artista, saudades bruxo!!”

Gabriel Carmo, músico.

“Cara, falar sobre o Djalma Barros é retornar a minha adolescência em Rondonópolis, lá nos primeiros eventos de Rock Underground que fui na vida e relembrar daquela figura mítica, e como tal, conhecida por todos. O Bruxo que sempre foi uma figura respeitada em nossa cidade sempre pregou o Rock como estilo de vida, e assim o fez desde sempre, participando direta e indiretamente de praticamente todos os festivais que rolaram pela nossa terra, com suas bandas ou mesmo solo.

Na época do bar Oficina Rock, era raro ele faltar um final de semana, e sempre estava com seu violão nas costas já pronto pra fazer uma som, e podia ser voz e violão ou integrar com qualquer músico que ali estava. E no Cerrado Fuzz Festival, não era diferente, me lembro sempre dele me ligando meses antes do evento se prestando a qualquer ajuda e/ou dica para o Festival.

Grande Velho “Dja”, vai deixar muitas saudades a todos que tiveram o prazer de conhecê-lo, e um gigantesco legado a todos os músicos, produtores e apreciadores do bom e velho Rock n’ Roll.”

Ricardo Amorim, produtor de Cerrado Fuzz Festival.

 

Rodrigo Brito é poeta, professor de Psicologia na Faculdade do Pantanal e 
mestre em Estudos de Linguagem. Autor de Solstício ao luar (2013) e VISÕES (2015). 
Twitter: @rodrigoffbrito

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