Por Raul Fortes

Em meses passados, falamos sobre discos, canções (Programa Ficha Técnica), as ondas do rádio e outros temas que permeiam nosso existir. Ao refletir sobre qual tema iria escrever desta vez, me veio ao pensamento que, se por um acaso eu não soubesse ler ou escrever, “ainda que eu falasse a língua dos anjos”, não estaria aqui hoje para reverenciar as pessoas (e foram muitas) que ao longo da minha existência conduziram meus passos no saber. Achei por bem então, diante do que me tornei ao ser iniciado no mundo do conhecimento, reverenciar, agradecer e tantos outros tantos verbos que aqui caberiam, a figura dos professores, docentes, mentores e mentoras que, como formadores, lecionam, orientam, educam e são preceptores ou preceptoras da população deste mundo.

Sim. O que seria de nós sem a dedicação amorosa destas pessoas que se dedicam a ensinar e dão continuidade a esse processo dinâmico e rico de transmissão do conhecimento. Diante do computador, escrevo umas poucas linhas para agradecer, primeiramente, minhas essenciais professoras, minha mãe Beatriz e minha avó Adelaide, que me ensinaram a balbuciar as primeiras palavras. Lembro aqui também minha tia avó Nilza Freire, imortal acadêmica, e as influências musicais do meu saudoso avô, o Mestre China.

Aqueles que marcaram o ensino fundamental, por exemplo, os professores Luiz Lázaro (Luizinho) e Gonçalo, que hoje ensina meu filho. Chegando a este ponto, adentro a academia. Quantas pessoas a reverenciar, a agradecer pelo que fizeram ao meu viver. Na impossibilidade de recordar todas estas preciosidades do mundo escolar, cito a inenarrável Rosângela Calix, professora que marcou pelo conhecimento e paixão pelo ensino. Cabe-me aqui ainda celebrar de forma ampla a todas as pessoas que, diante de um mundo tão competitivo e materialista, se dedicam à arte de transmitir seus conhecimentos, compartilhando com o mundo todo a fonte cultural para o bem das futuras gerações.

E antes que eu esqueça e coloque neste texto um ponto final, vou mais uma vez utilizar das palavras da cantoria do saudoso Manoel Severino de Moraes, nosso eterno cururueiro e fazedor de violas. Manoel foi, em vida, professor e orientador do meu também querido amigo e incrível professor Abel dos Anjos. Quando convidado para adentrar o espaço acadêmico da Universidade Federal de Mato Grosso para repassar aos nossos colegas do Departamento de Artes os seus saberes sobre a cultura local, Manoel nos saudava cantando assim: “Quero dar um bravo viva a todos que aqui estão. Me chamaram de orgulhoso e eu não sei por que razão. Nasci na casa de palha num ranchinho beira-chão. Maior orgulho que eu tenho é de ser mato-grossense , não nego minha geração”.

Aos queridos e saudosos professores que já estão no encantamento, aos que continuam firmes, o agradecimento de todos nós, alunos e professores. Assim como o Manoel, jamais negaremos nosso ideal. Lecionar, educar sempre!

 

Raul Fortes é radialista, músico, apresentador de TV, pesquisador, cronista, 
produtor cultural e faz mais um montão de coisas.

 

 

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