Quando se fala em cinema mudo e p&b, é quase impossível não lembrar da imagem daquele homem de calças largas, sapatos grandes, chapéu de coco e bigodinho. Realmente, Charles Spencer Chaplin – ou ‘Carlitos’  -, é uma figura marcante na sétima arte. E não é por menos!

Durante a carreira artística, além de ator comediante (como todos sabem), ele também foi diretor, músico, roteirista, editor e cineasta. E tudo isso atuado em praticamente todos os filmes em que ele foi destaque. Algo realmente incrível e impossível de ser ver nos dias de hoje.

Diante a tudo isso, o que poucos sabem é que este homem de estatura baixa (dizem que ele tinha 1,65m) ainda está presente no cinema, TV, vídeos em geral, e você provavelmente não sabia. Por isso, reuni alguns materiais que me fizeram pensar sobre a influência deste grande gênio e o que ele pôde deixar de herança às novas gerações.

O barbeiro em “O Grande Ditador”

Para dar início às influências, vamos começar com o clássico “O Grande Ditador”. O enredo conta a história de um barbeiro que, por ironia do destino, era idêntico ao ditador tirano de seu país. E nesse contexto, os papeis se invertem e ele tem a oportunidade de mudar a curso das coisas.

A história ainda conta com diversas cenas que ficaram bastante conhecidas (quem aqui se lembra da parte em que o ditador brinca com um globo inflável?). Mas o que vamos destacar é a cena do barbeiro que, com maestria, executa o seu trabalho conforme o tom da música.

Essa sacada inspirou milhares de outros roteiristas de diversas formas. Mas aqui, lembrei das Bodas de Fígaro do Pernalonga, um episódio do Pica-Pau e, na versão brasuca, os Trapalhões. Cada um com o seu estilo, mas baseado na mesma linha criada por Chaplin.

Os Trapalhões e Chaplin

O nosso Didi Mocó Sonrisal Colesterol Novalgina Mufumbo tem, sem dúvida, muito do personagem Carlitos. Os trejeitos circenses e o papel de ‘vagabundo’ que sobrevivia através dos trambiques, bebe da mesma fonte teatral que Chaplin bebia. E isso, fez com que ele e a trupe dos Trapalhões pudessem fazer tanto sucesso aqui no Brasil e também em outros países da América Latina e no mundo.

E, assim como Chaplin, o papel icônico de Renato Aragão se misturava com a vida real. E hoje, poucos conseguem distinguir quem é quem – talvez pelo fato da atuação ser tão humana e sagaz, faz surtir essa confusão.

Mas o que importa aqui, é que alguns filmes brasileiros foram totalmente inspirados nas obras de Chaplin. Como “A Filha dos Trapalhões”, que teve o enredo bem semelhante ao “O Garoto”, assim como “O Circo”. Confira os filmes completos e se delicie destes grandes artistas do cinema e faça você mesmo a comparação.

A luta de boxe

O filme “Luzes na Cidade” é realmente encantador. Isso porque, conta uma linha sensível facilmente vendida nas telonas.

A história de uma florista cega, que acredita estar se relacionando com um milionário, mas na verdade se encontra com um vagabundo apaixonado. No entanto, que não mede esforços para fazer a pobre garota voltar a enxergar. E isso, fazendo até com que ele entre em uma briga de boxe e conseguir o prêmio.

Por isso, me lembrei bastante do filme Rocky I. Atuado, dirigido e escrito por Sylvester Stallone, assim como Chaplin nos próprios filmes.

À primeira vista, o enredo não tem nada a ver com os filmes do Carlitos, mas o papel da menina inocente que se relaciona com o lutador bondoso me fez fazer essa ligação entre os longas.

E só para completar, mais uma cena dos Trapalhões. E essa, totalmente inspirada na parte da luta de Chaplin. Engraçado demais!

Chespirito

Outro gênio que a gente ama é Roberto Gómez Bolaños: o nosso querido Chaves. Nesse vídeo, ele se veste e atua como o próprio.

Dança dos pãezinhos

Johnny Depp também foi pego pela genialidade de Chaplin, e fez a cena dos pãezinhos no filme Benny & Joon.

Michael Jackson

E se eu disser que o Moonwalk, o famoso passo de Michael Jackson, também foi inspirado em Chaplin? O cantor disse por diversas vezes que Chaplin era uma de suas principais referências, tanto no movimento como na música. E isso a gente pode ver aqui:

Bozo e o pózinho

Eu sei que uma coisa não tem a ver com a outra, mas ficou impossível não fazer ligação com as duas cenas.

Comendo os sapatos

Essa é uma cena bem icônica e surreal, que inspirou o mestre do stop motion, Jan Švankmajer, a fazer o curta Lunch (um dos mais famosos dele). A referência veio do filme “Em busca do ouro’, o qual o nosso querido Carlitos cozinha e come o próprio sapato para saciar a fome infinita.

O sapato é comido nos 2:48 do filme de Jan.

E outros mais

Aqui é só uma sequência de cenas que eu penso “eu já vi isso em algum outro lugar, mas no momento não me lembro”.

Por isso, fica o desafio para vocês lembrarem e colocarem nos comentários desse post! Separei também as duas cenas mais conhecidas, de “Tempos Modernos” e “O Grande Ditador”. Divirtam-se!

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Simone também é Sika. Jornalista e artista visual (não necessariamente nessa ordem). Ex-cinéfila que gosta de estudar música e seus personagens, assim como outras vertentes da arte. Feminista, mistura de asiática com paraguaia e cearense, natural de Rondonópolis (MT). Mora em São Paulo, mas leva Cuiabá sempre no coração e no 'djeito'.

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