“Stranger Things” estreou dia 15 de julho e já virou um fenômeno. A nova série da Netflix está espalhada por toda a internet com citações, gifs, pôsters e comentários entusiasmados de seus fãs que elogiam tanto a atuação das crianças protagonistas quanto a trilha sonora recheada de clássicos dos anos 80.

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Elenco principal: Caleb McLaughlin, Noah Schnapp, Winona Ryder, Millie Brown, Gaten Matarazzo

Ao ver a abertura percebemos a forte presença de sintetizadores que parecem mais ter saído de algum filme futurista do Tron, mas que estranhamente se encaixa na história que se passa em uma pequena cidade do interior onde todos se conhecem e aparelhos como o celular ainda não existiam.

No primeiro episódio vemos uma cena de ação com “White Rabbit” do Jefferson Airplane ao fundo (que tem uma versão poderosa também em Suckerpunch) e então nós, fanáticos por música, já percebemos que estamos diante de algo incrível. Em outro episódio vemos o personagem Jonathan mostrando The Clash para seu irmão Will, os dois são tidos como weirdos (esquisitos) na escola e sociedade em que vivem, mas Jonathan explica que eles não precisam ter vergonha de serem eles mesmos. Para mim o movimento punk é um dos mais interessantes pois fez eu entender justamente isso, não há nada de errado em ser diferente, e a série toda vai dando vários exemplos disso, como a garota que tem o cabelo raspado, os garotos da escola que gostam de jogar RPG, o adolescente que prefere ouvir bandas de rock e tirar fotos, a mãe solteira que tem dois filhos.

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A atriz Millie Brown interpreta a personagem “Eleven”

Músicas como “Elegia” do New Order e “Atmosphere” do Joy Division parecem ter sido referências para toda a trilha sonora original, o instrumental tem um clima de suspense progressivo marcando bem a transição do post-punk para o eletrônico. Além das músicas vemos outras citações na ambientação da série, como um pôster do Bowie no quarto de Jonathan, ou o corte de cabelo de Joyce (Winona Ryder) a la Joan Jett, o topete de Steve que provavelmente foi influenciado por Grease.

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O figurino e os objetos de cena não deixam nada a desejar, os detalhes nos levam para uma viagem ao passado, geralmente séries/filmes de época são exagerados e até mesmo caricatos para mostrar em que época se passa a história, mas Stranger Things conseguiu quebrar essa regra divinamente.

Ao prestarmos muita atenção vemos também que a maioria dos conceitos são baseados em filmes dos anos 80, aqui estão alguns que fui percebendo:

ALERTA DE SPOILER

Alien (1979) – O monstro do mundo invertido tem várias semelhanças com o predador de Alien, como a gosma que ele solta, os casulos, e a ”cobra” que entra no rosto das pessoas.

Star Wars: The Empire Strikes Back (1980) – Os garotos são fissurados por Star Wars, possuem brinquedos das naves, miniaturas, e sempre comparam a El com o Yoda.

E.T (1982) – Um grupo de garotos que andam de bicicleta e encontram um novo membro com poderes especiais.

Carrie (1976) – Carrie e El são garotas com a mesma idade e super controladas pelos os pais, quando são provocadas conseguem expandir seus poderes de telecinesia.

The Evil Dead (1981) – Jonathan tem um poster do filme em seu quarto.

The Goonies (1985) – Crianças que tem uma amizade muito forte em busca de algo perdido.

Poltergeist (1982) – Uma mãe que tenta se comunicar com seu filho que está em outra dimensão através da parede.

Stand By Me (1986) – Eles praticamente recriam a cena dos garotos andando sobre os trilhos de um trem.

The Thing (1982) – Um poster do filme aparece no porão da casa de Mike, e seu professor de ciências está assistindo uma cena do filme quando é interrompido por Dustin no telefone.

Não são dos anos 80 mas são referências também:

Rear Window (1954) – Jonathan em um momento voyer começa a tirar a fotos de Nancy e seus amigos, assim como Jeff começa a fotografar seus vizinhos.

Minority Report (2002) – A cena de El boiando na banheira improvisada de água salina se assemelha muito com os pre-cogs de Spielberg.

Under The Skin (2013) – O lugar preto, vazio e com água no chão que El vai para encontrar pessoas através de sua mente é o mesmo cenário usado por Scarlett Johansson para devorar suas presas.

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Cena do filme “Under The Skin”

Resumindo, a série parece mais um filme dividido em oito partes, pois tem uma continuação extremamente minuciosa e personagens muito fortes que nos envolvem emocionalmente no primeiro minuto em que aparecem. Resta agora saber quando veremos a segunda temporada e quais músicas farão parte dela, algum palpite?

Ouça a trilha pelo spotify.

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