As mina tão dominando a rima. De voz em voz o coro rap canta alto, se empodera, dá vez e voz pras meninas. Mina não é explosiva, mina não assassina, mina é mina de menina, mina é respeito e autoria, mina rima com menina. Rima é rima e mina tá na batalha.

ana pachaComo é bom ser surpreendido com a boa música. A música quando cativa é de primeira audição. Já prende. Já domina. Quando não quando menos quando se vê já domina o coração a mente a rima. Mesmo quando não.

Anima. A rima anima. A rima animal. Tudo faz parte de um conjunto em que o ritmo é que leva a palavra como prancha de surfista prateado, voa sobre paisagens sobre o chão a terra e o mar.

Quando se vê o rio já virou mar.

ana pachNovos rumos para voar, novos ares, novas possibilidades. PachaAna para mim soou como um novo sopro numa musicalidade que vem propiciando novas paisagens sonoras a brilhar na infernal Cuiabá, a cidade mais noturna que conheço, de noite vibra e a música parece acompanhar a erigir novas trilhas sonoras para esta cidade dos mais de mil bares. Onde tem bar tem música e músicos. Garçom, aumenta aí, o volume!

Traz mais uma. Que eu vou virar essa noite e me esfolar de boa música. Tem canto que nasceu pra brilhar. Ana Gabriela, ou PachaAna, nome com que vem assinando ultimamente, veio de Rondonópolis com seu canto e letras encantadoras. Uma poética refinada que brota segundo ela como fruto de suas andanças, convivências, vivências, as ambiências mutantes de mochileira. Gosta da estrada.

Tímida pra caramba, Ana não cantava nem no banheiro, odiava a voz gravada nas primeiras experiências, demorou a cantar para a mãe, o palco parecia um sonho impossível. Mas quá, como diz o bom cuiabanês. Arrazô!

FB_IMG_1469733992874Gosta de voar. Gosta de justiça. Gosta de liberdade e harmonia.

Ana Gabriela ou simplesmente PachaAna, voa para outras paisagens sonoras. Sem limites geográficos a música transcende e acende corações e mentes desavisadas.

Sabe-se lá onde isso vai dar só sei que o rio desce, desce pelo melhor caminho e chega na boca do mar. Na boca do amor dessa barca que ama a toda gente. Barca do amor que ama gente. Barca que quer o equilíbrio na viagem universal:  Pacha = Universal.  Ana universaliza leva o som para além de qualquer fronteira.

Essa mina rima com rima rica. Poesia de gente grande na palavra simples puro vôo de viagem. A palavra voa envolve e devolve a emoção que não é cortante. A canção chora.

negramina2Neo hippies no pedaço. E o rap suave, com uma pegada reggae, convida a ouvir suas canções que são bastante maduras e de uma qualidade impecável. Uma poética que surpreende pela simplicidade e riqueza de imagens. Mais que isso, são muito bem colocadas na música, fluem bem demais.

Parceira de Ahgave, do projeto OCD Sounds, nas composições, ela compõe com outros músicos e poetas também, mas com Ahgave é mais frequente. Na banda Negramina os parceiros são Arthur Lopes, Artur Miranda, Daniel Baier, Joelmir Martins, Paulo Cortês, Everson Santos (Pink) e Karola Nunes.

Canta para encantar e conscientizar. Ela diz.

pacha ana massa“Sei dos conflitos, sei dos aflitos, mas eu canto pra poder levar minha mensagem. Meu meio é o encanto, o canto de qualquer lugar. Sou PachaAna, sou desse recanto do mato, sou dos Andes, sou do ar”. Penso que ela diria assim.

 

P.S. Você pode ouvi-la na FM 89,5, Rádio Assembleia, por todo o Vale do Rio Cuiabá ou nos shows por aí.

 

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