Domingo. O Sol se despede com as luzes douradas em contraste com o azul que começa a preencher todo o céu. O vento balança as árvores e o cheiro de verde toma conta desta paisagem nostálgica que é um fim de tarde na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Chegamos quase às 18h. Ainda conseguimos ingressos. Mais uma sessão lotada no Panorama de Artes da Cena. O teatro está tomado por crianças, que correm, riem, brincam, enquanto aguardam para o espetáculo “O Pequeno Príncipe” do Teatro de Brinquedo.

Foto: Lucas Ninno
Foto: Lucas Ninno

As luzes diminuem. O cenário é simples, mas o universo lúdico criado pelos atores com os bonecos é o suficiente para nos transportar para as páginas do clássico livro de 1943 de Antoine de Saint-Exupéry. Planetas estão ao fundo com um brilho que projeta todas as nuances de cores que os diferem.

O pequeno príncipe viaja de superfície em superfície, que se molda para criar novos ambientes, novos planetas, pequenos ou grandes, que estão em seu roteiro de aventuras.

Foto: Lucas Ninno
Foto: Lucas Ninno

Com uma leitura dinâmica, cômica, os atores mesclam elementos contemporâneos e arrancam risos da plateia. O pequeno príncipe passa seu instagram para que o geógrafo possa acompanhar suas aventuras, um verdadeiro explorador. As crianças estão com os olhos vidrados no palco, vejo algumas que resistem à tentação de subir e participar da peça.

Foto: Lucas Ninno
Foto: Lucas Ninno

Mas não são só as crianças que estão fascinadas, adultos que acompanham os filhos sentam-se ao chão para mergulhar no universo lúdico do pequeno príncipe, jovens com os amigos acompanham a peça e riem. Viajamos em sua companhia por todos aqueles planetas, passamos pelo vaidoso, pelo bêbado, pelo rei. Acompanhamos sua saga com a serpente que fala por enigmas. Encontramos uma raposa que implora para ser cativada e ensina que o essencial é invisível para os olhos e que vemos mesmo é com o coração.

Foto: Lucas Ninno
Foto: Lucas Ninno

É simples e leve. Para digerir os ensinamentos profundos do pequeno príncipe que viaja milhas e milhas distante de seu planeta para encontrar a amizade. E descobre que sua rosa é única pelo tempo que dedicou a ela, mesmo que existam outras cinco mil em apenas um jardim. A raposa o ensina o significado da palavra cativar.

Foto: Lucas Ninno
Foto: Lucas Ninno

“Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo…”

Uma flor cativou o pequeno príncipe e também a nós, que seremos sempre crianças dentro de pessoas grandes.

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Foto: Lucas Ninno

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