Pensamento crítico, no sentido de ter vontade de aprender e de saber o que está acontecendo, um alerta em que a nossa vontade esteja pulsante, o desejo de tornar as coisas fáceis de serem entendidas e de entendê-las, de não ficar dúvidas, no máximo ficarem questões que não temos respostas, porque era necessário por enquanto apenas perguntar. Sabemos que a nossa vida já mudou pra melhor em muitos aspectos. Imagina; hoje voamos, tomamos banho quente, carregamos fogo e luz (isqueiro, caixa de fósforos, lanterna) no bolso. Hoje em dia temos textos sobre milhares de assuntos em nossa disposição via internet. Acessamos com um celular todo esse conteúdo. Temos também violão a um preço razoavelmente barato, temos, sim, em programas (softwares) de produção e arranjo musical, uma orquestra inteira nas mãos, detalhes últimos esses, sabidos por quem gosta de fazer música. Afinal, temos até hoje a filosofia. E será que sabemos que a vida também se tornou pior em outros aspectos. Bem, ficou pior ou melhor? Uma ótima pergunta, creio, mas não pretendo respondê-la. Fica para o próximo ensaio. O que pretendo indagar o título. E não prometo que concretizarei meu objetivo de indagação, mas tentarei. Essa pulsação de vontade que citei acima, que se encontra em meu pensamento em forma de desejo. Filosofia para mim é estudar o que pensadores através da literatura falaram. É ler a produção literária de escritores que procuraram entender como funciona o nosso corpo para entender como aprendemos, como conhecemos as coisas. Como eles e elas chamaram nossa atenção para a observação do mundo, a observação do nosso comportamento e atitudes. Filosofia pra mim é o registro de toda essa observação. A observação da observação. Opa, a observação da observação? Opa de novo. Estou percebendo que quanto mais tento definir o que é filosofia, amplio o que foi pensado por agentes que denominamos filósofos, e entramos num campo sem fronteira, de elementos que pertencem a dois conjuntos ao mesmo tempo (filosofia e filosofar). Filosofar é se intrometer nesse assunto do que é a filosofia e do que foi pensado em seu nome, do assunto filosófico, das coisas que se encontram nela, dessa produção toda que encontramos através de textos. Filosofar é assumir essa vontade pulsante em nosso pensamento, essa vontade ‘louca’ de decifrarmos o mundo e a nós mesmos. Será que é isso, mesmo? Estou cheio de perguntas. Perguntas, insisto, que podem ou não ser respondidas. Estética, teoria do conhecimento, ciência política, linguagem, lógica, metafísica, antropologia. Meu deus, quanta coisa. Filosofar é pulsar (parece com a vontade que citei lá em cima deste texto). Filosofia é saber que podemos pulsar. Será? Filosofar é esse desejo de entender e trazer para o foco de nossa atenção. Filosofar cada um tem seu jeito, estou achando. Mas precisamos da filosofia e ela precisa da gente pra referenciarmos nosso mar de questões. É bem possível que questões que levantamos atualmente tenham sido levantadas anteriormente. Vamos tentar responder e comparar as respostas? E se não conseguirmos responder, então vamos procurar na filosofia, pois isso também é filosofar. Que felicidade tê-la em minha companhia. Quanta gente que a levou adiante, Hegel, Marx, Sócrates, Platão, Nietzche, Russerl, Rousseau, Wittgenstein, Kant, Demócrito, Heráclito, Frege, Heidgger, Schopenhauer. Opa, novamente. Esqueci gente. Mas não esqueci da questão principal, na escola não se ensina filosofia, mas a filosofar. Tanto não esqueci que até falei o que penso sobre. Que desejo! Essa vontade me tomou de maneira que só descansei quando percebi que estava quase no fim da segunda lauda. E com mais rigor, percebi que o título é uma afirmação, mas, leitores, de quem será tal proposição? Kant. A resposta é essa. Segundo Édison Martinho da Silva Difante, Kant questionou o ensino da filosofia, chegando à conclusão do filosofar através da razão. Para Kant não é possível ensinar filosofia sem pensar em desenvolver no aluno o ato de filosofar. De certa maneira vejo nele, neste momento a intersecção que cito. Filosofia e filosofar fazem parte do mesmo conjunto, estão diretamente ligados pelo conjunto filosófico de se posicionar diante do mundo. Tomando pra mim, concordo com Kant nesse sentido, e o alerta que citei no início do texto, se aproxima da razão que Kant diz, mas dando ênfase para a vontade, onde Schopenhauer diz ser, ela, respectivamente precedente da razão.

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