É difícil encontrar as palavras, não há nada de óbvio, mas ele tá ali escondido em cada canto dessas ideias. Busco incessantemente, mas não encontro nada que inclua um certo mistério nessas letras (também sou óbvio?). Percorro os caminhos da sua angústia e é só isso o que vejo. Tá escancarado na sua expressão, a dor e o sofrimento na busca da libertação, da transgressão, da luta pela transformação. Sair dos enquadramentos. Quebrar os padrões. Mas e quando se trata de encontrar a si? Vivemos em uma constante viagem para chegar onde? Para encontrar o que? Somos destinados a uma fabricação em massa onde colocam na mesma tigela o amor travestido de conservadorismo e censura. E em cada esquina, a nudez é vergonha, um mamilo é reprimido, a mulher é oprimida, estuprada, agredida, rechaçada e calada. E assim permanecemos? Sigamos então todos envergonhados de quem somos. Vestindo máscaras, nos escondendo até de nós mesmos. É a maldita censura voltando, opressão em massa. É difícil encontrar as palavras. Que tempos são esses onde o discurso de ódio impera e sobrepõe o respeito e o amor? O óbvio tá escondido em cada canto, enquanto você lê essas ideias.

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Economista, realizadora audiovisual, produtora e ativista cultural. A arte é intrínseca aos seus múltiplos olhares.

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