Que as terças sejam mais poéticas, que venham mais terças poéticas. Foi muito bacana a noite de estreia do evento idealizado pelo poeta, escritor e professor, Luiz Renato e pelo Julinho Tavares, hostess e proprietário do charmoso e aconchegante cantinho Gran Bazar Pac, localizado no Largo da Mandioca.

A noite estava convidativa e as presenças marcantes dos escolhidos para abrir o projeto, Luiz Renato com seu banquete poético e André Balbino com suas violas, caipira e cocho, deram o tom com muito brilho. Já vem de longa data essa parceria dos rapazes desde os primórdios do velho e lendário bando que aqui aportou e fez história, o Caximir. Aliás, a noite lembrou e muito as primeiras incursões do Caximir com a presença contumaz da poesia em suas variações pós-sinfônicas. Ontem ouvi poesia falada, poesia cantada, poesia gravada, poesia visual, enfim, poesia saindo pelos cântaros brindando Cuiabá com mais uma oferta cultural de alto nível.

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A casa estava com um bom público para um final de feriado prolongado, onde só cheguei após heroicas tentativas de sair de um outro evento pelo simples fato de que precisava sim estar ali dando as boas vindas para a necessária poesia (Antônio Sodré, in memorian). Faz muita falta mais pontos de encontros para poetas e escritores e espero que essa seja a primeira de uma sequência longa para jornadas criativas e instigantes. Sim, como a poesia instiga a mente para voos (im)precisos e desviantes, sempre no sentido que faz bem, é claro! Mas a década de 80 foi farta desses tipos de encontros e de eventos em que a poesia era a estrela maior da companhia, brilhava forte nos escuros céus de noites derramadas.

Nessa primeira terça poética as pessoas estavam extasiadas, uma galera antenada, gente jovem, gente mais madura, as mesas formavam verdadeiras confrarias onde as conversas orbitavam em torno da literatura, da arte, dos eventos culturais que vêm balizando a capital mato-grossense de uma forma muito interessante. Acho muito bacana essas iniciativas que surgem de forma independente e entre parceiros que compreendem a lógica simples de que juntos podemos muito mais. Sem essa de ficar com chororô, a saída é logo ali, vamos nessa. Arte independente sempre foi a nossa pegada.

Bacana a participação do pessoal do Fusca Sebo, uma proposta legal demais desse pessoal, circular com um Fusca abarrotado de livros, discos, postais, artes e bugigangas em geral, pra geral, que a arte cabe em um hai-kai, ou num livro de bolso, num poema ofertado livremente para mentes livres. É fácil carregar a poesia para os homens de boa vontade. Salve salve!

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Clóvis Mattos e seus incontáveis livros, que, num sebo, sabemos, não há critérios, o critério é o livro, seja best seller, seja poesia da boa, seja romance clássico, seja gibi, mas que seja livro e de preferência livre. Livrai-nos do mal da não leitura, não ler é um pecado original, típico das sociedades suicidas ou suicidadas promiscuamente, autoritariamente. Livre –se desse mal, se for capaz, rapaz.

O resto, já sabemos, que a arte liberta, que arte é inútil, que arte é isso ou aquilo, ou isso e aquilo, ou nada além disso: “Acho que vou fugir, pra Ilha do Bananal. Oh! Minha sereia! Estou respirando artificialmente. Voltando ao Brasil, mandarei fazer um coração de plástico, artificial, para ver se deixo de me apaixonar pelas pessoas e pelas coisas, oh! Minha sereia!”

Acompanhe a página do Gran Bazar no Facebook que dia 13 de dezembro vai rolar a próxima Terça Poética.

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