A história do rock cuiabano começou nos anos de 1960 com Jacildo e Seus Rapazes, depois ressurgiu nos anos 80 com vigor com várias bandas de vários matizes e subgêneros que também marcaram época. Desde então, não parou mais. A história dessa cena em permanente construção é marcada por fases de maior e menor intensidade sempre com um ou outro grupo dominante puxando o rock autoral. Tivemos a fase anos 80 com o Caximir e outros movimentos como o MUC (Movimento Underground Cuiabano), outra fase puxada pelo Ivanzinho, o Ivan Victório, com os eventos denominados Blecaute onde tocaram muitas bandas por um largo período, depois o tempo do movimento Espaço Cubo, que virou Fora do Eixo. Um lugar que sempre resistiu é o Cavernas Bar que se mantém em atividade há mais de 13 anos. Agora, ao final de 2016, estamos assistindo um novo movimento com o Espaço Toma e a galera do Rock da zona Sul que vai lançar um CD Coletânea com as principais bandas dessa nova vertente que vem animando a cena. Isso sem falar nos vários festivais de rock que vem movimentando o interior do estado, como Cáceres, Rondonópolis, Tangará da Serra, Peixoto de Azevedo, Sinop e outras, que também estão se agregando nesse momento rock autoral mato-grossense.

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Esmalthes

Mas na contemporaneidade a coisa se diluiu de tal maneira que na minha percepção o rock perdeu aquela aura revolucionária, de rebeldia, isso hoje não faz o menor sentido. A perda da potência dos artistas como vanguarda estética e política, deixou um vazio assustadoramente silencioso. As políticas de estado na esfera da cultura desviou demais a potência libertária da cultura, de ser um contraponto, hoje todo mundo parece estar a favor. Malditos sejam os poderes amortecedores (mortificadores?) das leis de incentivo à cultura, sejam estatais ou de mercado, mercado esse que é devidamente agraciado pelas benesses do dinheiro público e de um comportamento empresarial aviltante, tanto quanto a corrupção que se alastrou por todos os poros de uma pele apodrecida que dá sustentação ao sistema. Está tudo tão confuso nessa janela de leitura dos aspectos políticos no Brasil nesse momento de derrocada de um sistema que não tem mais como se sustentar a não ser na base da força, ou quem sabe da forca. Somos enforcados invisíveis, somos suicidados o tempo todo, somos indiscriminadamente assaltados à luz do dia, à luz da lei, não seria cegueira?

charConversando com o Charles Martins da banda Lord Crossroad, ele conta como a galera vem se mexendo para dar vida e continuação a esse segmento que entre altos e baixos se consolidou na capital mato-grossense: “Surgiu através de reunião de bandas autorais de Cuiabá com o intuito de resgatar a cena autoral de volta a nossa capital, dando espaço assim para bandas novas e cheias de energias, como também as bandas já com um tempo de estrada e com vontade de fazer som, seja em bares e em locais públicos para fomentar e levar o rock autoral para os ouvidos de quem ainda não conhecia e de quem já acompanhava as bandas.”

Os esforços da galera são válidos, não dá para parar, muito menos perecer em meio a afazia geral. A ideia da Coletânea – Rock Autoral Cuiabano (R.A.C.) surgiu através do contato do Charlyes Martins (Lord Crossroad), com o Emerson Soares (Ativa Discos), que idealizaram o trabalho pensando no renascimento da cena e a reunião das bandas serve como ponto de partida para um novo momento. Inicialmente a coletânea conta com seis bandas autorais de Cuiabá, contendo duas faixas de trabalho de cada banda. A produção é feita pelas bandas e pelo Emerson Soares da Ativa Discos de Campo Verde, MT.

rockA coletânea tem o intuito de agregar o rock autoral nas noites undergrounds e alternativas, a fim de fomentar mais espaços para as bandas e seus respectivos públicos. Resgatar a imagem do rock autoral de nossa capital e reacender a chama do fogo caloroso que sempre alimentou a cena em Mato Grosso.

A 1° edição da coletânea conta com a presença das bandas, Lord Crossroad, Zortin, Zumbi Suicida, Termosistêmica, Esmalthes e Billy Brown, com a produção de gravação do selo Ativa Discos.

A coisa não para por ai, com o andamento das gravações e o comprometimento  com essa união hoje o grupo conta com a presença de bandas não só da capital, mas também de todo o estado e já esta sendo idealizado a 2° Edição da coletânea com bandas novas.

A 1° Edição do Rock Autoral Cuiabano, será lançada para download totalmente gratuito hoje (15-12-2016) e lançada ao vivo com um evento totalmente free no Cavernas Bar no sábado próximo ( 17-12).

Charlyes completa com entusiasmo: “Esperamos que essa união venha a crescer muito mais e as bandas autorais que estiverem a fim de participar desse projeto sintam-se mais que convidados para somar com a gente”.

15056498_1259369630768003_5815742385653925073_nAs Bandas que fazem parte do movimento R.A.C – Rock Autoral Cuiabano Núcleo MT

Red Eyes, Belina 5:15 am – Tangara da Serra; R.D.F. – Sinop; Jesuítas D.R. – Guarantã do Norte; MANTRARI; Esmalthes; zumbi suicida; Zortin; Monarca; Billy Espíndola; Filemon; Cinema de Pedra; The Bananas Chips; Termo Sistêmica; Zenfim; Lord Crossroads; Detcha Vai; ANARK99; Skarros – Cuiabá;; Sapiens – Colíder; Free Way – Nova Olímpia; H47 – Rondonópolis.

Parcerias

Associação Cuiabana de SkateBording,  Charles Lord: Supernova Cultural , Espaço Toma,   Ativa Discos e Roda Rock Zona Sul.

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