Por Reinaldo Marchesi*

Agora já não é mais segredo, o juiz Sérgio Moro, ovacionado pelas massas como o salvador da república das bananas, não demonstra mais ter vergonha na cara ao participar de eventos e dividir palanque com os tucanos e a cúpula dos golpistas. Basta lembrarmos que dias atrás o meritíssimo senhor juiz esteve como convidado especial no lançamento do novo Portal Transparência do Poder Executivo do estado de Mato Grosso e, sem nenhum tipo de constrangimento, dividiu o palco com o governador Pedro Taques (PSDB), que recai o peso do esquema de corrupção na Secretaria de Educação de MT, investigado na operação Rêmora da Polícia Federal, sobre um repasse ilegal de mais R$ 10 milhões “investidos” em sua campanha eleitoral.

Uma imagem diz muita coisa, em certos momentos, mais do que palavras. A fotografia do prêmio “brasileiros do ano”, promovido pela Revista IstoÉ, que atualmente lida com milionários problemas a resolver na Justiça do Trabalho, é apenas um flagrante da parcialidade comprovada do juiz Sergio Moro, que na noite de ontem, como se nada fosse, sentou-se confortavelmente ao lado do senador Aécio Neves (PSDB-MG), um dos políticos mais citados na Operação Lava Jato (a exemplo, as delações do doleiro Alberto Youssef, e de executivos das empreiteiras Odebrecht e OAS, além de ser investigado pelo caso conhecido como Lista de Furnas).

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Como se não bastasse a comprovada parcialidade de não investigar devidamente e punir o alto escalão dos tucanos, o juiz federal de primeira instância da “república de Curitiba”, sem nenhum pudor, diante dos holofotes, puxou uma conversa de pé-de-orelha aos risos com o “novo” amigo senador, como que debochassem da opinião pública, para não dizer outra coisa…

No palco daquilo que podemos chamar de convenção do PSDB, entre eles, Geraldo Alckmin, Aécio Neves, João Doria, José Serra e Alexandre de Moraes (ex-advogado do PCC e atual ministro da Justiça), a revista IstoÉ, financiada com dinheiro público, promoveu uma grande festa para premiar Michel Temer como o “grande brasileiro do ano de 2016”, bem como o juiz Sergio Moro, o “brasileiro do ano na Justiça”.

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Sergio Moro aparece na notícia divulgada pelo site da revista como um juiz que ganhou notoriedade no Brasil e no mundo ao comandar a Operação Lava Jato por “dar sentenças condenando 93 corruptos a penas de quase mil anos de cadeia, tendo aberto até agora 37 ações penais que já tornaram réus 179 pessoas, incluindo o ex-presidente Lula”, que levou à prisão de grandes empresários e políticos envolvidos em esquema dentro da Petrobras.

Para coroar a maior noite de piadas de mau gosto do ano, ao receber o “prêmio”, o golpista do ano contou a maior de todas: “Precisamos do apoio da imprensa livre […] Quando leio a IstoÉ, me certifico dos grandes problemas do país. Vocês apuram os fatos, não apenas os lançam. A caminho do prêmio, disse ao senador Aécio Neves que vocês vão às profundidades do fato para revelá-lo publicamente”, disse Temer ao público e imprensa presentes.

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A premiação “brasileiros do ano”, virou a piada do ano na internet, com direito a vários artigos, charges e “memes” de ironia e indignação. Com todo respeito aos profissionais do picadeiro, a premiação da revista IstoÉ foi um grande circo dos horrores – sem graça, onde só os pseudos-palhaços riam com deboche da cara da platéia.

*Reinaldo Marchesi, professor, mestre em educação

3 Comentários

  1. A foto do Aécio Cheirador das Neves com o Ditador Fidel, não rendeu um post não? Que piada! Qualquer animal que saiba ler, sabe que Aécio tem fórum privilegiado, portanto o Moro não tem poderes para investigar/julga-lo, somente o STF tem esse poder, sendo que 11 deles foram indicados pelos governos dos PTurbados. Sejam partidários, críticos, mas sejam justos, transparentes, imparciais, o Brasil merece, Ame-o ou Deixe-o.

  2. Os defensores dos tucanos estão ganhando o que ao defender os golpistas? Moro investiga apenas que lhe convém… só existe foro privilegiado para seus amigos… juiz tem que ser imparcial, agora, quem escreve um artigo de opinião, não! Aprendam isso coxinhas…

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