Começa a pintar uma cena blueseira em Cuiabá. Um dos caras responsáveis por essa nova onda musical que se desenha em Cuiabá é o Luiz Brizuela. Seguindo a tendência fortíssima de uma cena blues em nosso estado vizinho, irmão siamês Mato Grosso do Sul, mais especificamente em Campo Grande. Campo Grande já está num estágio muito mais evoluído falando de blues, música norte-americana de influência afro-descendente que surgiu com os hermanos trabalhadores dos campos de algodão nos EUA. Trabalhavam e entoavam cantos do mais puro lamento com saudade da África. Com saudade dos familiares de onde foram arrancados e presos estupidamente se tornando escravos, propriedade de alguém, a chorar o banzo.

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O blues vem também das Igrejas, dos cânticos religiosos, do spirituals. Esse tipo de música avançou e rompeu barreiras, sendo traduzido em muitas outras línguas, ganhou mundo, mas sempre cantando o lamento, a solidão e ao se tornar profana, cantando a tradição dos solitários errantes bluesmen. Reza a lenda que o verdadeiro bluesman eram os caras que deixavam suas raízes para trás e se tornaram andarilhos, de carona, de ônibus, a pé, atravessavam o continente americano tocando de bar em bar, de boate em boate. É um território vasto de lendas e estórias incríveis.

Mas voltando aqui pra terrinha, eu estava falando do Luiz Brizuela, que toca em duas bandas, Alligators Blues Band e Brand Blues, e que vem estimulando a galera, fomentando uma cena com seguidos eventos, criando público e propiciando espaços para as bandas tocarem.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Como ele mesmo disse: “Vamos tentando fomentar um movimento de blues na cidade, que tem tudo para se transformar numa grande cena. Criamos uma produtora, a Bil Brothers que está dando apoio às bandas e investindo na produção dos eventos. Sonho em ver o blues fortalecido em Cuiabá.”

Por aqui temos uma trupe de grandes músicos que estão mais para o improviso jazzístico, mas que flertam com o blues, como Fidel Fiori, Danilo Bareiro, Philipe Sabo, Wellington Berê, Frog, Sandro de Souza, Sidney Duarte, Neto Morais, Alex Paulo Teixeira e tantos outros instrumentistas.

Mas Campo Grande como escola de blues é imbatível e se coloca no cenário nacional com bandas lendárias como a Bêbados Habilidosos, músicos como Fábio Brum, Marcos Yallouz, Bosco, baterista, e o super bluesman poetaço e vocalista, Renato Fernandes que morreu recentemente, uma lenda em Campão. Foram eles que criaram a primeira banda de blues na cidade morena, Blues Band.

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A galera tem feito aqui em Cuiabá um evento semanal, todas as quintas-feiras, no Cavernas Bar, espaço de resistência em Cuiabá, templo do rock’n roll, mas que está abrindo a casa para tendências que dialogam com o rock, com isso vai alargando a faixa de público e criando uma excelente opção musical para o cardápio da Hell City.

Quinta Blues, vou lá no Cavernas conferir, depois falo disso aqui. O assunto rende muitas notas ainda. Até a próxima.

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