Salve Irigaray! Salve João Gordo Manteufel! Salvem os vivos e os mortos, pois a arte é o que fica. Os homens passam, biografias ficam, mas a arte salva!

12029846_703915923075127_210187943107340645_oSó nos resta agora esperar o anunciado lançamento do filme documentário “Hirigaray na cidade das artes” de João Gordo. Gênero difícil, pois não é fácil captar o essencial sem resvalar na pieguice das homenagens ou exaltações. A narrativa é complicada, fazer um filme de invenção ou de convenção? Não resta muitas alternativas para o documentarista. Ou é fiel ao biografado (principalmente quando ainda se é vivo e não concluiu sua trajetória, é uma obra aberta ainda), construindo uma verossimilhança a partir de vários olhares ou, corre-se o risco de pretensões, como a verdade, serem desmascaradas pela incapacidade de qualquer linguagem capturar esse grande mito da filosofia, essa invenção chamada verdade.

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Pensei certa vez que a verdade deve ser tão monstruosa que ninguém suportaria enxergá-la. A verdade é um monstro que criamos para espantar nosso tédio e erigirmos os heróis que alimentam nossas fantasias.

Grande desafio para o João Gordo, pois Irigaray é personagem controverso nesse jogo da vida. Um gênio que sempre deu passos à frente de seu tempo (olha o clichê kkkkkk), mas é vero, ele é muito antecipatório, visionário. Desde que vi sua série Xinguanas colocando o índio hiper-realista em situações de uso de ferramentas tecnológicas como a máquina fotográfica e câmeras de vídeo, tomando uma Coca-Cola, dentro de uma biblioteca, no cabeleireiro, enfim, em várias situações do cotidiano urbano, ele já antecipava cenas que passaram a ser corriqueiras.

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Hoje ele é o herói da galera do grafite, performance, body arte, tatuagens, da arte das ruas , eleito pela galera como seu ícone, representativo da rapaziada mais radical das linguagens urbanas.

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Clovito passou uma temporada larga em minha casa, morou com a gente por mais de seis meses na casa de Aline Figueiredo e ali partilhamos de muitas experiências juntos. Ele foi ator de meu primeiro filme de ficção “PX 110 Mhz”, do filme para o TCC de minha filha Isabella, do filme da Ana Paula Sant’Anna, enfim, já é um cara atrativo há muito tempo. Um artista de várias fases e vejo claramente em seu sentido da vida a necessidade de desconstruir mitos e parâmetros, combater valores arraigados, romper com convenções sociais e culturais caretas. Ele roça ali no limite da razão, vai sem medo, mergulha em uma crença no amor que é insofismável, amor pelo que é humano, pelas pessoas, pela arte e pela vida.

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Lançamento do documentário “Hirigaray na cidade das artes”

Dia: 05 de julho de 2016

Local: Casa do Parque

Horário: 19h30

 

4 Comentários

  1. fico feliz com esse documentário que vem mostrar toda a arte, que seja escatológica, de clovito. vai muito além de sua própria existência com o ser que ele realmente é. múltiplo em sua forma e estrutura, paixão constante nas cores que vibram intensamente, sua criatividade é inesgotável, ali espoe com indignação disfarçada sua força bruta, rasga com o convencional, não tenta agradar ninguém, exceto a si mesmo que encontra-se já incorporado com o que há de único, seu cosmo interior. clovito é realmente uma das pessoas mais puras dentro das artes mato-grossenses, não se deixou contaminar por ninguém. vá clovito…ser coxo na vida. você se merece. mais uma vez parabéns pelo projeto.

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