A italiana nascida em Roma (1964) Maria Grazi Chiuri é a primeira mulher a assumir a direção criativa da Dior, 70 anos depois da fundação da grife. Em seu desfile de estreia Spring Summer 2017 lançou na coleção, uma camiseta com a fase da escritora feminista Chimamanda Ngozi Adichie “We should all be feminists” (Todas nós deveríamos ser feministas), que já é item de desejo das fashion people do planeta, marcando a volta das frases de protesto ao escolher/usar uma t-shirt com a mensagem que querem passar para o mundo.

Depois de vários anos na Valentino, em Roma (de 1999 a 2016) como estilista/criadora ao lado de Pierpaolo Piccioli, a italiana se mudou para Paris para exercer sua nova função.

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Seu desfile de estreia na Dior levantou a seguinte questão: o que é ser mulher? A resposta veio nos looks onde podemos interpretar com estas palavras: luta, força, coração valente, revolução, liberdade, dualidade, delicadeza, dona de si, tão humana e tão real.

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“É uma grande honra me juntar à Dior. Eu consigo medir a grande responsabilidade de ser a primeira mulher responsável pela criação em uma casa tão enraizada na expressão pura da feminilidade”.

Moda e feminismo se encontram na luta pelo direito das mulheres algumas vezes ao longo dos anos, como a liberação da silhueta feminina por Paul Poiret que criou vestidos soltos se opondo à estética do século 19 (corselets e metros de tecido).

Coco Chanel com suas atitudes libertárias e sua campanha pelo uso das calças nos anos 20. Inaugurou sua primeira loja em 1928, na Rue Cambon, em Paris, responsável por quebra de padrões causando consequências relevantes que transformaram/mudaram a vida das mulheres na época. Em 1955 ela inventou/criou a bolsa a tiracolo que deixava as mãos das mulheres livres.

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Yves Saint-Laurent criou o smoking em 1966 para mulheres, com calça masculina, uma provocação sexual dirigida a mulher que queria a mudança de atitude.

Miuccia Prada que é feminista, aborda em suas coleções a feminilidade mas também a representatividade, o poder e a diversidade.

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E assim caminha a moda, aos poucos, com mudanças que ultrapassam barreiras, que transforma e coloca em cheque padrões de cada época, causando quebra de tabus que estimula/fomenta o novo, o livre, na vida das mulheres.

Chimamanda Ngozi Adichie é uma escritora nigeriana de 39 anos que lançou mês passado no Brasil o livro “Para educar crianças feministas” (Companhia das Letras). É reconhecida como uma das mais jovens autoras de sucesso que está atraindo uma nova geração de leitores de literatura africana. Ganhadora de vários prêmios, seu terceiro romance “Americanah” foi selecionado pelo New York Times como um dos 10 melhores livros de 2013.

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Em 2012 realizou uma palestra feminista “We should all be feminists”, compartilhando sua experiência de ser uma feminista africana, e sua visão de gênero e sexualidade. “Eu estou com raiva. A construção de gênero do como funciona atualmente é uma grave injustiça. Todos nós deveríamos estar com raiva. Esse sentimento, a raiva, é importante historicamente para as transformações sociais positivas, mas além de eu estar com raiva, eu também estou esperançosa por que eu acredito profundamente na habilidade dos humanos de se reinventarem e se tornarem melhores.”

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Várias partes desse discurso de Chimamanda foram usadas na música “Flawless” da Beyoncé.

Have fun! 

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Glenda Balbino Ferreira é pianista, publicitária, curso de moda incompleto, empresária dona da camisetaria VISHI e mãe de Theo Charbel, 55 anos.

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