Com design punk e personagens excêntricos, o filme Mad Max – Estrada da Fúria ganhou o Oscar de melhor figurino em 2016. O figurino reflete/representa o pensamento de uma época e a identidade dos personagens.

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O prêmio Oscar de “melhor figurino” surgiu na década de 40 e havia duas subcategorias: melhor figurino “preto e branco” e melhor figurino “colorido”. A partir de 1957 essas subcategorias deixaram de existir, ficando Melhor Figurino.

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A londrina Jenny Beavan, nascida em 1950 foi a responsável pelo figurino de Mad Max – Fury Road. Criticada pela roupa não convencional com que foi receber a estatueta: “Sou baixa, sou gorda, eu ficaria ridícula em um vestido, então por que não tentar fazer algo um pouco divertido?”.

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Esse filme esteve em pré-produção por 12 anos, o diretor George Muller contratou cinco artistas que desde 1999 criaram 3.500 storyboards, resultando em um filme de ação desenhado e não “escrito”.

Storyboard desenhado em 1999
Storyboard desenhado em 1999

Com imagens de desamparo e devastação causadas pela guerra, foi lançado junto com o filme, o livro com desenhos/obras de arte de artistas espalhados por todo o mundo: “Mad Max: Fury Road – artistas inspirados” pela editora DC Comic, Vertigo.

madmax_cover “Vivendo se aprende, mas o que se aprende, mais, é só a fazer maiores perguntas” (Guimarães Rosa)

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No que pode se transformar a Terra? Revendo esse filme fiquei pensando nas condições atuais do nosso planeta. Um filme de ficção terrivelmente profético que não quer provar nada, quer provocar o não saber de todo o saber. Poderemos vir a ser um mundo árido/infértil? Onde habitam pessoas mutáveis, ambíguas, dissimuladas, esquivas, tiranas/rebeldes, me levam a pensar maiores questões (na obra de arte tudo é questão).

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Comparo com Grande Sertão Veredas de Guimarães Rosa: “Existe é homem humano. Travessia.” Onde a vida aparece como uma imensa teia e quem faz a teia são as questões. Atravessar essa teia/labirinto é o grande desafio do viver, tudo é questão, sendo questão: os personagens, o lugar, o narrador, o tempo…

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A travessia para o ser-tão

livre?

A travessia para aprender?

para agir?

para nos des-humanizar?

para a morte?

Qual é a questão das questões de cada um?

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“O sertão não tem janelas nem portas. E a regra é assim: o senhor bendito governa o sertão, ou o sertão maldito os governa… O sertão é do tamanho do mundo, o sertão é sem lugar” … “O senhor sabe, sertão é onde manda quem é forte, com as astúcias. Deus mesmo, quando vier que venha armado! E bala é um pedacinho de metal…”

Grande Sertão Veredas – Guimarães Rosa

Com árvores, flores, frutas, florestas, rios, mares, a Mãe-Terra é o palco onde os humanos vivem o seu destino. Ainda!

Bye bye!

Vivienne Westwood Fall 2017 

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O que é bom para o planeta é ruim para a economia. Com essa frase estampada nas peças dessa coleção, Vivienne Westwood em seu último desfile incentiva o mundo a mudar para a eco-energia, onde os modelos desfilavam com “coroas improvisadas” escritas a palavra “ecotricidade”.

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Ecotricity é o nome da empresa fundada por Dale Vince que usa suas próprias fazendas de moinho de vento para fornecer energia renovável ao Reino Unido. Fundada em 1996, é a 1ª empresa de energia verde do mundo.

A designer Vivienne Westwood vai ser a anfitriã do clube Swatch dia 20 de fevereiro em Londres, onde falará sobre a energia verde e consciência climática, ao lado de Ecotricity’s Dale Vince. O dress code da noite será “Mad Max”.

Comentário

  1. […] Diz Greta Thunberg, “as regras tem de ser alteradas”. A sua luta é por um mundo livre de poluição, degradação ambiental e mudanças climáticas, onde governos apáticos não agem. O planeta pode se tornar inabitável, já que o aquecimento persiste, deslizamentos de terra acontecem pelo mundo todo, inundações, secas prolongadas, incêndios, tempestades e seres continuam morrendo. É uma necessidade proteger os interesses das futuras gerações, já citado aqui. […]

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