Nosso personagem mais controverso está de volta nas páginas do livro de Daniela Freire. Rondon, o menino de Mimoso que alçou voo na história. Para o bem ou para o mal, para mais ou para menos, são muitos os pontos de vista que perscrutaram a história desse mato-grossense. Qual sua contribuição para as comunicações, para a ciência, para a interiorização do Brasil? Qual o custo desse movimento que adentrou o cerrado brasileiro, no Centro-Oeste, e que abriu as portas para a Amazônia? Qual o custo para as populações indígenas que de repente se viram no meio de um processo civilizatório sem nem ao menos ter sido avisadas e nem contar com planejamento para tal ocupação?

rondon-doisDaniela encarou o desafio de se mover em meio aos tiroteios que disparam pontos de vista diferentes e abordagens múltiplas para contar mais uma vez a história do Marechal que tantas vezes foi cantado em prosa, verso, filmes, documentários, enfim, uma vasta produção que buscou refazer seus percursos  colocando-o sob angulações que vão da literatura à produção científica, de pesquisadores, acadêmicos, documentaristas, estudiosos, etc.

Agora, Daniela discorre do ponto de vista de uma narrativa para crianças e adolescentes, sempre frisando que serve para todos os públicos. Mas tem nesse público mirim o alvo certo para a iniciação histórica e pedagógica desse homem do mato que cravou sua história no coração do Brasil.

mocape_jeri_kurireu“À procura do menino que há tempos ouvi falar, encontrei essa história que começou lá na linha do horizonte da planície pantaneira, em um lugar chamado Sesmaria do Morro Redondo, conhecido como Mimoso, no Estado de Mato Grosso, Centro-Oeste brasileiro, em 5 de maio de 1865…”. Assim a autora Daniela Freire começa a narrativa de Jeri Kurireu, o menino que se reinventou, publicado pela Entrelinhas Editora. De uma forma simples e dialógica, mostra o caminho percorrido pelo personagem, seus valores, seus desafios, contradições e sua busca.

O livro apresenta aos jovens a biografia do mato-grossense Cândido Mariano da Silva Rondon, uma das personalidades mais destacadas do século XX em todo o Ocidente, e será lançado no próximo dia 5 de maio de 2017, no Sesc Arsenal, na data do seu nascimento.

mocape_miolo_2O livro relata como um menino de uma pequena localidade no interior do Brasil alcança uma das posições mais destacadas na história do mundo. Considerado pelo Instituto de Geografia de Nova Iorque um dos cinco maiores exploradores do planeta, Rondon foi indicado ao prêmio Nobel da Paz em três ocasiões (1925, 1953 e 1957), sendo a primeira delas por ninguém menos que o físico alemão Albert Einstein, “em reconhecimento à sua postura antirracista e pelo pioneirismo na luta para abolir as diferenças entre as nações indígenas e a cultura dos colonizadores, sejam eles militares, religiosos, fazendeiros, mineradores, seringueiros”, destaca a autora, no livro. São muitas as homenagens que este mato-grossense recebeu, dando seu nome a uma cidade, como Rondonópolis, em Mato Grosso, a um Estado, Rondônia, e até mesmo ao meridiano 52, o Meridiano Rondon.

“Jeri Kurireu: o menino que se reinventou, da psicóloga e pesquisadora da infância Daniela Freire, com ilustração da artista plástica e publicitária Daniele Dias, faz parte da coleção infanto-juvenil da Entrelinhas dedicada a biografia de personalidades mato-grossenses”, informa a editora Maria Teresa Carrión Carracedo.

Sobre a autora e a ilustradora

unnamed-1Daniela Freire é psicóloga, nasceu e cresceu em Cuiabá e gosta de inventar  novos jeitos de falar sobre a vida para as crianças. É professora do Departamento de Psicologia da UFMT, coordenadora do grupo de pesquisa de Psicologia da Infância e atua no programa de pós-graduação em Educação.

Daniela também escreveu para a editora, “Bugrinho: que menino é esse?”, com a biografia do seu pai, o poeta Silva Freire, para crianças, livro ilustrado pelo artista plástico Marcelo Velasco.

unnamedDaniele Dias é ilustradora nascida em 1981 na cidade de Cuiabá. Cresceu nas terras pantaneiras de São Pedro de Joselândia, distrito de Barão de Melgaço.

“Dentro de Dani moram mil imagens que ganham contornos nas tintas de suas aquarelas. Elas dançam igual brincadeira de criança. Se você chegar bem perto descobrirá o esconde-esconde que mora nas páginas deste livro.”

Além de mato-grossenses, Dani e Dani têm algo em comum com Rondon: Dani Dias é neta de João Dias de Moura e Dani Freire, filha do poeta Silva Freire, ambos nascidos em Mimoso, terra de Rondon.

 

 

 

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