Emblemático pela sua música, voz e seu visual, Freddie Mercury no comecinho do Queen disse: “Eu não vou ser uma estrela, eu vou ser uma lenda”.

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Formado em design gráfico, apaixonado por teatro e balé, tinha ideias claras (sabia o que queria) sobre moda. Desenhava suas próprias roupas no começo da banda e chegou a ser dono de um brechó.

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Ícone de estilo (memorável) usava moda e design como um meio de renovação constante. Junto com seu vocal poderoso e sua moda original/subversiva, chegou ao auge da fama reconhecido/copiado universalmente.

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Nos anos 70 seu estilo era o glam rock ao lado do amigo David Bowie, já citado aqui. Reza a lenda, que após uma noite/balada juntos, os dois compuseram “Under Pressure”.

Nos anos 80, abandona a androginia, corta o cabelo, deixa o bigode crescer e usa acessórios com referência a BDSM encarnando uma masculinidade associada às subculturas gays.

Radical, comentou sobre sua estética no palco: “Me divirto com minhas roupas no palco, não é um concerto que você está vendo, é um desfile de moda.”

“Um artista fora de série, chocante e charmoso, com várias versões extravagantes de si mesmo”. (The Spectator, revista britânica).

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A moda e a música servem de influência uma para a outra. Pertencem a universos semelhantes que se completam/fundem e permitem às bandas/artistas/cantoras/cantores se mostrarem, se expressarem e se comunicarem com o mundo.

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Os videoclipes são ótimos exemplos em que moda e música se transformam em importantes meios poderosos de comunicação, você VÊ e você OUVE.

Nos anos 70, a estilista inglesa que nem era muito conhecida ainda, Zandra Rhodes foi contratada por Freddie Mercury (que sentiu que ela era especial) para desenhar uma roupa que lhe permitisse o livre movimento dos braços, na turnê de 1974 do álbum Queen II. Tornaram-se amigos. Ela ficou conhecida por transformar os alfinetes (do movimento punk) em joias e por colocar a costura do lado de fora de suas roupas. Depois vestiu Princesa Diana, Jackie Onassis, Elizabeth Taylor.

“Eu odeio fazer sempre a mesma coisa. Gosto de conhecer as novidades da música, do cinema e do teatro, então vou usar tudo isso.” Freddie Mercury.

Freddie Mercury morreu em 1991 aos 45 anos, vítima da AIDS. Alguns meses antes conseguiu lançar o último álbum da banda Queen – Innuendo, que tem a música de mesmo nome, for me, uma das melhores músicas deles de todos os tempos, uma explosão de sonoridade!

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Freddie Mercury Queen 1976

Começa com o tarol de Roger Taylor rufando (tipo: senhoras e senhores o show vai começar!). Tem um trecho flamenco “Malagueña” (movimento El toro) tocado por Brian May e com a participação de Steve Howe da banda Yes, MAGNÍFICOS! Um interlúdio operístico que lembra a fase clássica do Queen, com um instrumental de peso (hard rock) resultando numa complexa composição musical. Realçada pela magnífica mas já nem tão poderosa voz de Freddie Mercury, já bem doente.

Freddie Mercury acompanhou todas as etapas da produção ao lançamento, doente, com perda de peso e muito cansaço durante as gravações.

“Uma banda deve conseguir fazer a simbiose entre som e imagem”, dizia ele.

O videoclipe dessa música Innuendo (lindo!) combina animação stop-motion com ação ao vivo e montagens de imagens e fotografias históricas.

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Tem referências às gravuras vitorianas, à Leonardo da Vinci, Jackson Pollock e Pablo Picasso. Os integrantes da banda aparecem apenas como ilustrações e imagens tiradas de vídeos de músicas antigas. Tem citação à Comédia dell’arte italiana com malabaristas, acrobatas, arlequim, personagens caricatos que usavam máscaras, onde satirizavam escândalos locais com situações convencionais, como: adultério, ciúme, velhice, amor.

A Comédia dell’arte surgiu no século XVI e foi revitalizada no século XVIII pelo dramaturgo veneziano Carlo Goldoni.

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“O mundo inteiro é um palco e todos os homens e mulheres não passam de meros atores. Eles entram e saem de cena e cada um, no seu tempo, representa diversos papéis. Seus atos se distribuem por sete idades.” (William Shakespeare).

O show deve continuar, continuar, continuar… Porque a vida real é um teatro onde o ator é o elemento mais importante.

Au revoir!

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