*Por Luiz Eduardo Oliveira

Sempre tive um pé atrás com pontos turísticos badalados. Muito mainstream, muito óbvio, muito TDM… Sempre que planejo uma viagem, se não os evito, apenas ignoro. Apenas por preguiça deles. Por causa disto, o Rio de Janeiro foi somente o meu quinto destino de férias longe de casa – e para prestar um exame de seleção.

A primeira vez que fui a Paris passei poucos dias. Meu objetivo era tão somente fazer a “rota de Amélie Poulain”:  Sacre Coeur,  Café 2 moulains, gare d’Ouest…

Foto: Acervo Pessoal
Foto: Acervo Pessoal

Acontece que um amigo conseguiu uma tarifa baixa e pediu para se juntar — saudades do Euro a R$ 2,70. E entre os pontos de interesse dele, estava a Torre Eiffel. O monumento do século XIX dispensa apresentações. Mas eu estava de má vontade. Organizei o roteiro de forma a não vermos o símbolo da Cidade Luz até chegarmos lá. Pegamos o metrô até o Arco do Triunfo e seguimos arrodeando a pé por trás dos prédios pra só encontrarmos com ela quando ela se mostrasse por inteiro.

“Vai ser broxante” era o que pensava a cada passo que dava pelas ruas mais ou menos iluminadas daquela parte de Paris. Paramos numa confeitaria pra comprar macaron e comer olhando pra torre – se vai ser clichê, que seja serviço completo, né?

Mais uma quadra. Mais alguns passos… Voi lá! O sentimento de provável frustração deu lugar ao de admiração, de descoberta, de encanto! Encanto. Esta é a palavra.

Já devia ter aprendido a lição quando fui ao Rio. Se milhões de pessoas se deslocam para ver estas atrações todos os anos, alguma razão há de ter.

 

*Luiz Eduardo Oliveira é radialista e viajante

Comentário

  1. Alguns lugares são fundamentais… mas na minha lua de mel, passei por debaixo da torre diversas vezes e não tive paciência de encarar a fila nenhuma vez.

    E quando fui no café Deux Moulins, me deparei com as portas trancadas, pois era feriado de Corpus Christi.

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