O slow fashion é baseado na produção desacelerada, onde tudo é produzido sem pressa e sem pressão de seguir qualquer tendência, com respeito ao tempo de confecção e às  condições de trabalho de quem está envolvido, utilizando as noções de sustentabilidade.

No Brasil já temos marcas que trabalham com o slow fashion, com o consumo consciente, como é o caso da marca Doisélles de Raquell Guimarães.

A Doisélles é uma marca só de tricôs e crochês que treinou 40 homens presidiários. O Projeto Flor de Lótus de Raquell Guimarães foi concebido e justificado dentro da lei de Execução Penal n. 7.210/84 art. 28, na busca pela valorização da mão de obra carcerária. Um projeto de reinclusão social em que os detentos tem salários, redução da pena e auxílio às famílias.

“Levei comigo todas as manhãs da primeira semana de treinamento uma frase de Dostoievski, para me munir de toda a paciência e naturalidade para um mergulho dentro de uma oficina com 20 presos, 20 tesouras e 20 pares de agulhas.” (Raquell Guimarães).

“Um ato de confiança dá paz e serenidade.” (Dostoievski).

“Faço tricô e crochê. É o que posso fazer de melhor. Gosto disso de pontos e nós. Formas que surgem do desenho de um fio em um par de agulhas, bem ali na minha mão. O tricô é a minha composição no mundo, por onde transito meus pensamentos e idéias. Tudo que vejo, sinto, escuto e leio vira tricô.”

Hoje a Doisélles tem uma unidade de produção dentro do pavilhão 1 da Penitenciária Professor Ariosvaldo de Campos Pires (Minas Gerais), onde 18 detentos condenados em regime fechado trabalham na produção de peças artesanais feitas com técnicas de tecelagem manual, tricô e crochê, que são inspecionadas por rígido controle de qualidade, tipo exportação.

Para quem quiser ir mais fundo no tema, tem o livro do guru do slow moviment, o canadense Carl Honoré, autor do best-seller “Devagar – Como um Movimento Mundial Está Desafiando o Culto da Velocidade” (Editora Record), o escritor diz que devemos “despertar nossa tartaruga interna” e desacelerar o nosso ritmo do nosso tempo ultraconectado.

Até mais!

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