Fazer cinema no Brasil é coisa para poucos. Ou melhor, para loucos. Explico: as dificuldades são inúmeras e exige um esforço gigantesco. Em que pese estar melhorando significativamente e o aparato técnico ser muito mais acessível hoje, ainda é uma tarefa inglória. Em Mato Grosso a coisa é mais complicada ainda, as dificuldades são maiores e às vezes intransponíveis. Como é uma arte de produção cara e que exige um esforço coletivo grandioso as coisas se tornam ainda mais problemáticas. Mão de obra até que melhorou muito e ampliou o leque de profissionais ou amantes do que fazem nessa área. Tem mais gente disposta a fazer tamanho esforço. Tem mais gente se esforçando também na questão primordial quando se fala em arte: aumentou o número de criativos, não estou dizendo que melhorou a qualidade, mas aumentou a quantidade e isso vai crescer lá na frente, aposto nisso. A qualidade da maioria dos filmes ainda deixa a desejar, mas já aponta para uma projeção que anima e aumenta a perspectiva de que surjam bons filmes. Como diz o parceiro Wladimir Dias Pino, tem que produzir muito para se chegar na qualidade, produzir em excesso, isso vai filtrando, vai qualificando, vai proporcionar a chegada ao essencial.

A falta de recursos para se empreender na área obriga a criar alternativas colaborativas para se realizar alguma coisa. Um dos modelos de novos negócios que surgiu com o advento das ferramentas de interação via internet são as vaquinhas (já bem das antigas) virtuais onde você consegue chegar em um número muito maior de pessoas e estimular a solidariedade e a colaboração coletiva para projetos culturais. Tem dado certo em muitas situações, é um alento e uma perspectiva real de fomento.

Em Cuiabá, a Miraluz Films lançou uma campanha de financiamento coletivo para auxiliar nos custos de produção do curta-metragem “A garota que existiu dentro de um mistério”, dos diretores Wuldson Marcelo e Carol Damasceno, lança. As gravações já aconteceram entre 06 e 10 julho de 2016, tendo no elenco as atrizes Anne Queiroz  e Gabriella Di Grecco, a Gemima da novela infanto-juvenil do SBT “Cúmplices de um Resgate”.

13600196_294007017611483_3791663890163306132_nNa trama, “a frágil e reservada Alice tem um dia a dia sem muitas novidades, limitada à casa e ao trabalho. Ela vive com Nádia, uma amiga que a protege e a domina, e com quem compartilha uma relação ambígua. O modo como ambas agem confunde Alice, que não tem mais certeza sobre a natureza da relação delas. As diferenças entre as jovens e algo no passado de Alice são os meandros do desenrolar de suas histórias.”

A equipeequipe

Com realização da Miraluz Films, o curta-metragem está em pós-produção e conta com Rafael Monteiro na fotografia, Jonathan César no som direto, Juliana Segóvia na edição e Theo Charbel como responsável pela trilha sonora. Anne Queiroz, que viveu Paloma no curta “Se acaso a tempestade fosse nossa amiga, eu me casaria com você” (2015), e Gabriella Di Grecco, cuiabana que atua em novelas nacionais e musicais (“Vamp – O Musical” sendo a mais recente), dão vida às protagonistas do filme.

Está é a sexta produção da Miraluz Films, coletivo de realizadores audiovisuais que há dois anos vem conseguindo produzir seus filmes de forma colaborativa. A Miraluz reúne títulos como “Primeira Morte de Pedro” (2015), “Se acaso a tempestade fosse nossa amiga…” (2015), “Risos na Madrugada” (2015), “Alheio” (2017) e “Aquilo que me olha” (2017).

Segundo Wuldson. “A campanha de financiamento coletivo tem objetivo de custear a finalização do curta, visando sempre um melhoramento técnico constante na realização das obras”.

A campanha de financiamento coletivo acontece no Catarse  até o dia 28 de agosto.

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