Essa semana foi produtiva para o Cidadão Cultura em termos de educação, de debate, de contribuir para a criação de novas possibilidades. Este é um dos nossos maiores compromissos, e aos trancos e barrancos tentamos contribuir para além deste espaço virtual. Fomos convidados para participar no Territórios da Arte, projeto da Universidade Federal Fluminense (UFF) com a Fundação Nacional de Arte (Funarte) e também para apresentar nossa experiência de jornalismo para duas turmas da Unic.

Na mesa sobre inovações, arte e tecnologia, Eduardo Ferreira representou o Cidadão Cultura, dia 20, no Cine Teatro.

“Sábado foi bem bacana, dá um ânimo ver que o Brasil criativo pode ser a grande saída para uma limpeza ética. Precisamos de afeto ao projetar uma perspectiva nova para o país. São tantas coisas boas acontecendo em Mato Grosso e no país. Quando comparamos esses territórios onde as boas coisas acontecem com o oceano de lama do Brasil subterrâneo onde as piores coisas prevalecem, a diferença é muito grande, diferença de qualidade das pessoas, da perspectiva de um Brasil mais amoroso, de pessoas que sentem afeto pelo que temos de mais sublime em nossas possibilidades.

A cultura numa perspectiva ampla e uma educação firme no propósito de transformar o estado das coisas restam como única fonte para saciar nossa sede de uma sociedade mais solidária. O pessoal do Rio ficou muito animado, as oficinas e a participação da galera foi intensa. Cuiabá inaugurou o projeto com louvor”, contou Ferreira.

18623050_1868128303213507_551683265_nPara partilhar um pouco dessa experiência de um ano do portal, conversei com alunos de duas turmas da Unic, uma de fotografia e outra dos 6º e 7º semestre de jornalismo. Foi uma experiência muito bacana, os alunos interessados, interagiram, fizeram perguntas. Apresentei o texto que escrevi: Outro jornalismo é possível.

Foi muito gratificante perceber o interesse e a interação que fluiu com as turmas. A turma de fotografia tem poucos alunos, mas que se propuseram a realizar uma pauta em conjunto com o Cidadão Cultura. Sugerimos que eles fotografem a cultura de rua. É um tema amplo que permite múltiplos olhares e descobertas. Agradeço o convite do professor Vinícius Apollari.

Depois conversei com os alunos dos 6º e 7º semestre de jornalismo sobre webjornalismo à convite da professora Ana Graciela da Fonseca (já ficamos à disposição para parcerias com os alunos também!). Foi uma troca muito rica, fizeram perguntas sobre o site, mostrei programas da TV de Quinta(L), e contei um pouco sobre a nossa experiência com um outro jornalismo. Acredito que mostramos que é possível fazer o que acreditamos, mas para isso, precisamos nos dedicar e abrir mão de muitas outras coisas. Por exemplo, não recebemos um salário pelo trabalho desenvolvido aqui e todos os colaboradores possuem outras fontes de renda. É aquela coisa, colocamos nosso tempo, suor, alma, coração, sangue. É assim. Não tem como fugir disso. Tenho o exemplo dentro de casa, meus pais sempre fizeram arte e trabalharam com arte, mesmo que muitas vezes o retorno não seja financeiro, continuar neste caminho é o que faz sentido neste mundo caótico.

Mas pelo visto, essa galera que vem aí não vai desanimar não. Perguntaram se o Cidadão Cultura é pioneiro neste projeto independente que foge dos conglomerados da mídia e eu digo que não, que no Brasil tem muitos portais trabalhando com esse viés, como o Mídia Ninja, Azmina, Geledés – Instituto da Mulher Negra, entre outros. Nessa lista aqui tem 10 sites independentes para surfar a vontade. E um mapa do jornalismo independente aqui.

É possível fazer diferente. É possível acreditar em outras formas de comunicação, que façam com que essa comunicação seja de fato, social. Nunca é tarde para sonhar, para transformar essas ideias que fervilham na cabeça em realidade. Tirar do papel aquilo que faça sentido para a vida. Ao final eles perguntam se a ideia é um dia viver só do Cidadão Cultura, e eu digo que sim, claro, trabalhamos para isso, mas sabemos que não será do dia para a noite. Sabemos que o caminho é árduo, mas como eu disse e repito, é o único que  faz sentido.

Compartilhe!
Marianna Marimon, 30, escritora antes de ser jornalista, arrisco palavras, poemas, sentidos, busco histórias que não me pertencem para escrever aquilo que me toca, sem acreditar em deuses, persigo a utopia de amar acima de todas as dores. Formada em jornalismo (UFMT) e pós-graduação em Mídia, Informação e Cultura (USP).

Deixe um comentário

Please enter your comment!
Please enter your name here