Por Janaína Viana de Almeida*

 

Hoje o sol nasceu gelado,

E a manhã ficou cinzenta,

No início chuva fria,

Pra depois nuvens sangrentas,

 

Num cantinho já sentia,

Eram lágrimas de você,

Sentimentos me faziam,

Suspirar até morrer,

 

Morreria de lirismo,

Se só fosse por amor,

Mas também sentia ódio,

Muito ódio e rancor,

 

Á tardinha o céu se abriu,

E molhadas ficaram as flores,

A neblina foi-se embora,

Já levando minhas dores,

 

Preparo-me para a lua,

Pego logo vela e pires,

Sento em meio-fio da rua,

E encontro um arco-íris,

 

A insônia me persegue,

E meus olhos me entregam,

Covas negras de agonia,

Que em meus dias os carrega,

 

Madrugada que se passa,

E um medo assim sem cor,

Já escravo do “eu clássico”

Que respira sem pudor,

 

Que palavras serão essas,

Que me fazem descrever?

Uma madrasta natureza,

Que de bela faz sofrer?

 

Não dormi nem acordei,

É mais um dia que se passa,

Tanto o dia quanto a noite,

Para mim perderam a graça,

 

Intermináveis pensamentos,

Que se fazem sem pensar,

Quem pensa faz doer os olhos,

Quem sente sofre por enxergar.

 

*Janaína Viana de Almeida é Coordenadora Pedagógica do Centro Universitário UNINTER,
professora de inglês no Colégio Dinâmico e escreve poesias.

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