O movimento Sinestesia, creio que podemos chamá-lo assim, muito mais que um grupo de música eletrônica é uma galera que pretende ampliar as ações para uma levada mais colaborativa. Em seu último evento eles criaram uma ação chamada de “Foto Solidária” que envolveu alguns profissionais que fotografaram os presentes e imprimiram suas imagens na hora. Um flash solidário que propiciou a arrecadação de fundos para doação a entidades carentes. Eles, anteriormente arrecadaram livros e doaram para o projeto “Inclusão Literária” do ativista cultural Clóvis Matos que funciona como uma distribuidora de livros pelos interiores de Mato Grosso.
Já fizeram também edições em que arrecadaram roupas e alimentos e doaram para outras entidades. Como diz o Flávio Ricarte, um dos integrantes do grupo; “Sinestesia é isso, a união dos sentidos, dos sentimentos. A gente quer trazer a música eletrônica com a economia colaborativa. Não queremos ser uma mera grife de festas, mas proporcionar ações solidárias, isto é necessário, é preciso proporcionar coisas boas para as pessoas.”
Cuiabá já teve um momento bastante expressivo da música eletrônica, com line-ups de categoria nacional e internacional, além de propiciar o surgimento de vários Djs da cena local, quando faziam festas para 5 mil, 7 mil pessoas. Mas a pegada era festiva e festeira sob massas sonoras dançantes e hipnotizantes de origem eletrônica. A onda durou um tempo e decaiu. Hoje parece está rolando uma nova era. Novas casas surgindo, novos Djs, novos programadores, enfim, novas perspectivas. Tudo com tecnologia higth-tech, antenados no que há de novidade pelo planeta em matéria de som e luz.
O Sinestesia Art, formado pelos DJs residentes Lucca Coutinho, Flavio Ricarte, Guigs Muller, Guilherme Camargo e Vitor Turri, nasceu com o intuito de, “propagar a música eletrônica de forma diferenciada, não apenas fazer uma festa, as pessoas irem embora e ficar por isso mesmo. Tanto que unimos no último evento a fotografia com exposição de Rai Reis, as artes plásticas com o artista André Gorayeb e música. Criamos espaços diferenciados no ambiente”, assim falou Flávio Ricarte, com sinceridade e entusiasmo.
Guilherme Camargo emenda dizendo que investem muito na criação de sua própria estrutura de produção: ”Temos um home studio na casa do Flávio e lá temos feito experiências produzindo música autoral. É uma coisa bem complexa produzir música eletrônica. Reunimos a galera lá e produzimos, inclusive já lançamos por um selo daqui de Cuiabá, do Rod Novaes (Rodrigo Novaes) que já é uma referência. Ele se tornou um dos principais nomes do Centro-Oeste. Tem crescido muito o movimento por aqui, novas casas estão surgindo, é um movimento em franca expansão. Queremos voltar a ser uma cena forte em Cuiabá.”
A união de esforços por uma sociedade melhor faz parte do movimento que vem se consolidando e dando um show de solidariedade. Sisnestesia Art avisa que veio para ficar e já estão preparando novas ações por aí. Cuiabá tem vocação para a noite e para a celebração da vida. Vida longa ao movimento!
