“Somadas, as fortunas dos 8 homens mais ricos do mundo equivalem a todas as riquezas das 3,6 bilhões de pessoas mais pobres do planeta, denunciou a ONG britânica Oxfam.”

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Esta notícia foi dada há poucas semanas atrás e fiquei chocado demais com a discrepância dos números, da diferença absurda entre ricos e pobres na divisão da riqueza produzida pela humanidade. A miséria é obscena. Esta diferença de riqueza entre os pouquíssimos mais ricos do planeta e os mais de 50% de toda a população do planeta é criminosa. Lesa humanidade. Humanidade lesada, equivocada, hiper explorada, filha da puta mesmo. Nem um discurso cabe aqui para sustentar essa carnificina generalizada. Sim, isto é um assassinato em massa, em multidão, em bilhões.

A igualdade reduzida a pó. Aliás, reduzida a pá e cal, para enterrar os mortos, seus sonhos e possibilidades. Vendidas a peso de banana as promessas de um mundo melhor pelo crescimento econômico é balela. Ilusão distribuída como pérolas aos porcos.

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Reduziram nossa dignidade a isso. Você concorda com isso?

“Conforme a ONG, a soma das riquezas globais alcançou US$ 255 trilhões. Desde 2015, mais da metade deste valor está nas mãos do 1% mais rico da população mundial.”

99% é menos. Essa matemática do absurdo nos leva a pensar no fracasso do projeto humanidade. Aí vem o poeta e numa só palavra-poema destrincha o tema que teima resvalar na infâmia: e.e cummings: humani(mal)dade

Os cavaleiros do apocalipse vieram brincar de brindar na roda dos 8 ricos. Repare: 8 é infinito.

A matemática acertou um 8 em nossas pobres cabeças.

Aliás, a palavra descaso cabe muito bem aqui, nessa geringonça voadora que é o planeta Terra com seus bilhões de serzinhos pequeninos.

Somos todos filhos dessa crescente onda de miséria que assola o planeta. O projeto de humanimaldade vingou e passamos a ser máquinas de desejos e de instintos bélicos, todos esquizofrênicos. A guerra já começou e o desequilíbrio planetário está ali de bocarra aberta nas esquinas em chamas.

Terremotos de iniquidade. Nossas asas estão chamuscadas meninas e meninos e já não podemos voar. Estamos invisíveis nesse filme perverso.

Os versos, então, ó, pobres versos. Já nem conversam mais, já nem versam, são versáteis na arte de não escutar os gritos lancinantes dos corpos em chamas.

O corpo queima, a alma bêbada de cachaça queima, burn burn, meu estômago se decompõe, as vísceras estão expostas na última grande obra de arte.

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A miséria é obscena e meus dedos estão disléxicos, a mente insanamente vai desenhando rabichos em forma de pensamento. Observe a escrita equivale ao pensamento desconexo como ogivas nucleares suicidas de mesa de bar. Uma orgia de signos e significados vai ganhando terreno na corrida dos desiguais.

O futuro é uma balela. O novo é uma farsa. Vendem-te a farsa. Nunca nada será como antes e muito menos depois. Depois é o céu, o paraíso, as mil virgens, os mil regatos e flores e frutos podres de ilusão, te vendem ilusão e você paga por isso. Nada é seu, nem de ninguém, então pegue.

“No topo da distribuição, os dados para este ano indicam que, coletivamente, os oito indivíduos mais ricos do mundo detêm uma riqueza líquida de US$ 426 bilhões, valor equivalente à riqueza líquida da metade mais pobre da humanidade”, disse o estudo.

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Distribuição de porrada, escassez, doença, pobreza material, cultural, educacional e o escambau. Isso vai muito mal. Como se chegou a esse ponto? O mito da igualdade social ou justiça social é o pacote mais hipócrita que nos vendem no jogo do marketing político. A exploração da ignorância em escala macro-global assola nossas cabeças e a gente trabalha para morrer.

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