Rei Kawakubo é uma japonesa nascida em Tóquio, em 11 de outubro de 1942. Em 1973 ela estabeleceu sua própria empresa, a Comme des Garçons e abriu sua primeira loja em 1975 em Tóquio.

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Hoje, aos 74 anos, a estilista e criadora da grife Comme des Garçons será o tema do próximo evento do Metropolitan Museum of Art (Nova York) onde acontece a abertura no dia 4 de maio.

É a segunda vez que a instituição homenageia com uma retrospectiva um designer vivo. A primeira foi em 1983 sobre o trabalho de Yves Saint Laurent.

Diz o curador Thomas P. Campbell (diretor e CEO do The Met): “ao compor a divisão da arte/forma, Kawakubo pede que nós pensemos diferente sobre a roupa”.

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O curador Andrew Bolton vai explorar o trabalho que muitas vezes parece escultura “em uma exposição que vai desafiar nossas ideias sobre o papel da moda na cultura contemporânea”.

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Em 1982, Kawakubo abriu sua butique em Paris. Suas roupas são artísticas, inesperadas, emotivas, verdadeiras esculturas. A designer redefiniu sobre o que a moda é ou pode ser, conseguiu mudar a nossa percepção ao longo dos anos sem nunca comprometer a sua visão artística.

Disse Jean Paul Galtier nos anos 80: “eu acredito que Kawakubo é uma mulher com extrema coragem, é uma pessoa com uma força excepcional. Além disso ela tem um espírito poético. Uma jovem que ainda tem inocência e é um pouco romântica, mas ela também tem um aspecto de uma mulher que luta, que não teme nada enquanto avança.

Palavras que me lembraram de Matsuo Bashô (1644-1694) poeta japonês, que tinha consciência de que para o “haikai” não desaparecer devia evoluir contendo o efêmero e o imutável. Deste modo, o haikai poderia adaptar-se a todas as épocas e a todas as “modas” e simultaneamente conservar a sua essência e a sua “verdade”.

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Dizia: “assim como as 4 estações se sucedem umas às outras, todas as coisas se renovam e o mesmo acontece com qualquer matéria. Em matéria de arte convém seguir a Natureza criadora e tomar como companheiras as 4 estações. Do que vemos, não há nada que não seja flor, do que sentimos não há nada que não seja lua. Quem nas formas não reconhece a flor é igual aos bárbaros. Quem no seu coração não sente a flor assemelha-se aos animais.

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flores de ameixeira

que não sejam dispersas

pelas mãos do vento

(Bashô) 

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As pequenas flores da ameixeira tal como as flores de cerejeiras facilmente levadas pelo vento, são bem um símbolo da beleza transitória, um símbolo da efemeridade da vida.

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mulher bela e velha

uma cerejeira em flor

para recordar

(Bashô)

Dessa vez não foi diferente, o tema do desfile outono/inverno 2017/2018 de Rei Kawakubo para Comme des Garçons foi o futuro da silhueta com estruturas grandes e modelagens bem diferentes com tecidos metalizados, acolchoados e retalhados, verdadeiras esculturas de vestir!

Au revoir!

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