Por Paulo de Tarso

Nossa viagem começa com uma radiografia sobre a década de 70, em que, para muitos, a música foi elemento primordial para as transformações na arte e no comportamento.

A música popular foi o que melhor retratou a diversidade e as transformações da cultura jovem nos anos 70. A década que começou com o fim dos Beatles teve uma fase megalomaníaca do rock. O heavy metal e o progressivo eram as vertentes em alta e suas canções estavam cada vez mais sofisticadas, com virtuosismos que flertavam com a música erudita. Bandas, como Led Zeppelin, Pink Floyd e Genesis, faziam concertos grandiosos, em mega turnês. O álbum “The Dark Side of the Moon”, do Pink Floyd, foi um dos grandes sucessos de vendagem e execução da primeira metade dos anos 70.

pink-floyd-dark-side-of-the-moon-wallpaper-2Enquanto isso, um novo estilo de rock, andrógino, teatral e cheio de glamour surgia nas canções e performances de David Bowie, T-Rex e Roxy Music. Separados, os ex-Beatles começavam novas bem-sucedidas carreiras. Recuperados da morte de Brian Jones e dos incidentes de Altamont, os Rolling Stones lançavam alguns de seus melhores álbuns com sua mistura de rock e rhythm’n’blues.

the-rolling-stones-image_154063-480x360Fora do rock, a black music que emergiu nos anos 60 dava o tom da música pop, com sucessos românticos, dançantes, mas também carregados de protestos sociais, de Marvin Gaye, Sly & the FamilyStone e James Brown. Outros artistas pop começaram a se destacar, misturando rocks e baladas, como Elton John, Peter Frampton e Rod Stewart.

roberto_carlos_dodge No Brasil, um tipo de canção de protesto disfarçada, por conta da censura, tinha como expoente a obra de Chico Buarque. E o tropicalismo ainda fazia eco nas canções de Caetano Veloso e outros artistas. Mas o que liderava as paradas e as vendagens eram as canções românticas do “rei” Roberto Carlos , porém o tempo mostrava que a Tropicália veio, viu e venceu.

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Sex Pistols

Mas, na metade da década tudo mudou. No momento em que o Queen despontava como uma das maiores bandas do rock, os rumos da música jovem estavam mudando radicalmente. Cansados da filosofia hippie herdada dos anos 60, das canções “viajandonas” que não falavam de sua realidade e das posturas super pop stars das grandes bandas, parte da juventude nos EUA e no Reino Unido adotou o “faça você mesmo” como lema artístico e comportamental. Nascia o punk, com seu rock básico, acelerado e visceral e um visual soturno e agressivo, tendo como expoentes os Sex Pistols e os Ramones.

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Donna Summer

Enquanto o punk chocava e causava uma ruptura, a música pop desaguava na disco music ou música de discoteca, baseada nos suingues da música negra e nos primeiros recursos da música eletrônica. A era da discoteca foi repleta de canções alto astral, feitas para dançar e descompromissadas, como mostram os sucessos de Donna Summer, Abba e KC & The Sunshine Band

jukebox

Time     –   Pink Floyd

Brown Sugar  –    Rolling Stones  – 1971

Get up    –   James Brown

Tropicália     – Caetano veloso

                                                                Sex Pistol  –   God save the Queen

                                                                Disco Inferno – The Trammps   –   1977

 

Paulo de Tarso é antes de tudo, palmeirense! Produtor musical, pesquisador,
jornalista e radialista.

 

 

 

 

 

 

 

 

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